Cidade da Praia, 22 Fev (Inforpress) – O grupo parlamentar do PAICV exortou hoje o Governo a tomar pulso à “guerrilha institucional” entre a Electra e a Águas de Santiago para garantir e salvaguardar o abastecimento de água na capital do país.
“Na última sondagem do Afrobarómetro, os cabo-verdianos foram questionados como é que o Governo está a lidar com a questão do abastecimento de água. A maioria, 55 por cento (%), respondeu bastante ou muito mal. E é facto que o Governo não tem dado a devida atenção a esta questão que tem afectado famílias de diversos cantos deste país”, disse o deputado do PAICV, Carlos Tavares.
Segundo Carlos Tavares, é “gritante” a penúria no abastecimento de água para consumo na capital do país e o desagrado popular com esta situação é evidente, com a condição a piorar a cada dia sem que o Governo do MpD tenha apresentado desculpas ou esclarecimentos públicos.
Na opinião do parlamentar é, também, “muito triste” saber que várias famílias que vivem na capital passam vários dias, semanas e até meses sem água, sendo submetidos ao “stress” e ao sofrimento de não terem água para consumo nas torneiras para satisfazerem as suas necessidades básicas.
Carlos Tavares deu exemplos de localidades como Várzea, Eugénio Lima, Achada Grande Frente e Trás, Achada de Santo António, Calabaceira, Caiada, Achadinha, Palmarejo, Bela Vista, Safende, Ponta d’Água e Achada Mato que têm lidado, constantemente, com a experiência “frustrante” da falta de água.
“As consequências são obvias, pondo em causa a dignidade das pessoas e noutros casos o seu sustento, reduzindo as suas oportunidades económicas. É preciso ter em conta que muitas famílias, devido à falta de rendimentos, não têm condições para adquirir água através de camiões auto-tanques ou comprar água engarrafada, o que agrava, ainda mais, a situação”, observou.
O deputado do PAICV afirmou ainda que há pessoas revoltadas por pagarem por água “fantasma”, que não existe.
“O problema não é só da insuficiência na quantidade da água, é também o da qualidade da água fornecida que muitas vezes não se apresenta adequada para consumo. Nenhum cidadão deve ser submetido à humilhação de não ter água para consumo. A água é um elemento vital e o seu acesso não pode ser negado”, sublinhou.
Carlos Tavares relembrou que no programa do Governo, o mesmo mencionava que seria garantido a todos os domicílios acesso ao abastecimento de água por meio de rede pública, com o consumo médio per capita de 90 litros por dia. Mas, conforme a mesma fonte está evidente que isso não está a acontecer por frequentes falhas e irregularidades na distribuição.
O deputado da oposição apontou ainda que o Governo disse que iria aumentar a resiliência orientada para soluções sustentáveis, nomeadamente ao nível do reforço do nexo água/energias renováveis.
Entretanto, segundo Carlos Tavares foram apenas “frases bonitas para inglês ver” e resultados sem nexo na política que se está a seguir pois, conforme a mesma fonte, o que tem tido é uma redução da penetração de energias renováveis, em contraponto aos avanços registados na governação do PAICV e dos seus projectos ambiciosos que foram estruturados e implementados nesta matéria.
“Infelizmente, o actual executivo do MpD não deu sequência ao bom trabalho do Governo do PAICV para promover a eficiência do sector e melhorar a produção da água e que teve reflexos visíveis em termos de custos e de qualidade”, salientou.
Por sua vez, o líder da bancada do Movimento para Democracia (MpD), Paulo Veiga disse que acabou de ouvir mais uma vez o “choramingar” do grupo parlamentar do PAICV sobre avarias, casinhos e casos.
“Admitimos e assumimos que há, sim, situações de problemas com água, mas perguntamos ao PAICV que governou o país durante 15 anos e não resolveu e não deixou os problemas resolvidos. Estamos numa situação actual e não é de 2016”, disse.
Segundo Paulo Veiga, há algumas avarias e problemas que reconhecem e os mesmos estão a ser tratados para serem resolvidos, mas segundo o líder da bancado do MpD como o PAICV tem de pintar o país de negro diz que está tudo mal, não há politicas, soluções e que o Governo está cansado.
Paulo Veiga esclareceu que, muito pelo contrário, a oposição tem conhecimento de todo o programa da água e da dessalinização, bem como dos montantes e das obras que estão em curso em toda a ilha de Santiago.
LFS/HF
Inforpress/Fim
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