Papa Leão XIV condena o uso da fome como arma de guerra

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Papa Leão XIV condena o uso da fome como arma de guerra
30/06/25 - 01:15 pm

Roma, 30 Jun (Inforpress) - O Papa Leão XIV criticou hoje o uso da fome como arma de guerra numa mensagem à 44.ª conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que está a decorrer em Roma.

"Estamos a assistir com desespero ao uso iníquo da fome como arma de guerra. Matar pessoas à fome é uma forma muito barata de fazer guerra", afirmou o pontífice de naturalidade norte-americana.

Na mensagem, o Papa não se referiu especificamente à situação em Gaza ou à guerra entre Israel e o Hamas.

Leão XIV acrescentou que a Igreja Católica apoia "todas as iniciativas para pôr fim à indignação da fome no mundo" e observou o impacto do conflito na segurança alimentar.

"Hoje, quando a maioria dos conflitos não é travada por exércitos regulares, mas por grupos de civis armados com poucos recursos, queimando terras e roubando gado, bloquear a ajuda humanitária é uma tática cada vez mais utilizada por aqueles que procuram controlar populações inteiras desarmadas", afirmou.

"Assim, neste tipo de conflito, os primeiros alvos militares tornam-se as redes de abastecimento de água e as vias de comunicação. Os agricultores são incapazes de vender os seus produtos em ambientes ameaçados pela violência, e a inflação dispara", sublinhou Leão XIV.

Para o Papa, esta situação leva a que um grande número de pessoas sucumba ao flagelo da fome e morra, "com a circunstância agravante de que, enquanto os civis definham na miséria, os líderes políticos enriquecem com os lucros do conflito".

"As crises políticas, os conflitos armados e a turbulência económica desempenham um papel central no agravamento da crise alimentar, dificultando a ajuda humanitária e comprometendo a produção agrícola local, negando assim não só o acesso aos alimentos, mas também o direito a uma vida digna e com oportunidades", frisou.

Segundo o Sumo Pontífice, será um "erro fatal não curar as feridas e as fraturas causadas por anos de egoísmo e superficialidade".

Da mesma forma, prosseguiu, sem paz e estabilidade, "não será possível garantir sistemas agrícolas e alimentares resilientes, nem assegurar um abastecimento alimentar saudável, acessível e sustentável para todos".

Inforpress/Lusa

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