PAICV culpa Governo pela "degradação" da saúde em Cabo Verde

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PAICV culpa Governo pela "degradação" da saúde em Cabo Verde
04/10/24 - 03:02 pm

Cidade da Praia, 04 Out (Inforpress) - O PAICV (oposição) culpou hoje, o Governo pela "degradação" da saúde em Cabo Verde, relembrando que a saúde é um "bem precioso” e um direito “inalienável” consagrado na Constituição da República deste país.

Esta acusação foi feita hoje pela deputada nacional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) Paula Moeda, em conferência de imprensa sobre a situação actual do sistema de saúde a nível nacional, exortando o Governo para o cumprimento cabal da carta magna no que toca à saúde e melhoria de qualidade de vida das populações.

“Nos últimos anos estes direitos têm sido de baixíssima qualidade por falta de criação e manutenção de condições e a devida atenção que o sector merece”, disse a deputada, acrescentando que "boa saúde" deveria constituir uma prioridade da governação do Movimento para a Democracia (MpD), por se tratar de vidas.

“Hoje vivemos um autêntico caos, desnorte, medidas avulsas, forçando a mudança quase que geral de quadros competentes para sectores de saúde onde não são tão úteis, numa posição apenas de mudar por mudar, complicando ainda mais o sistema já em si a esgotar-se”, criticou.

Esta parlamentar considerou também que há uma "clara queda” a nível do acesso aos cuidados de saúde de qualidade, ressaltando que os cabo-verdianos estão “sem esperança” de dias melhores.

Quanto à situação da dengue no país, Paula Moeda acusou o Governo e a ministra da Saúde de terem "falhado" em toda a dimensão no combate “tardio e tímido” à esta epidemia, sobretudo pela “falta de stock” de materiais de combate, diagnóstico, tratamento adequado e ainda que se tornou “preocupante as péssimas condições de trabalho” nos hospitais.

Neste sentido, considerou que existem angústias, medos, insegurança nos pacientes e seus familiares, falta de confiança no sistema de saúde.

Prosseguiu que “não houve” uma preparação adequada com os primeiros sinais, casos, uma prevenção forte e um sector actuante incisivo por parte do Governo desde o início desta epidemia.

Na mesma linha, a parlamentar apontou ainda falhas a nível das condições de trabalho dos agentes de luta anti-vectorial que se mostraram "insatisfeitos" por falta de condições de trabalho e vínculos precários.

A mesma fonte afirmou ainda que os agentes sanitários que fazem pulverização "não têm" subsídio de riscos e que também faltam materiais de pulverização e de testes de dengue.

Paula Moeda denunciou igualmente as condições físicas do Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAN), na Praia, afirmando que está a "degradar-se " todos os dias.

“O bloco operatório a cair em pedaços, pacientes saem muitas vezes do bloco e apanham infecções”, mencionou, reforçando que de há 8 anos para cá “a saúde está de má saúde” e que as “insatisfações aumentam e as mágoas acumulam-se", afirmou.

No que se refere ao caso de desaparecimento do corpo de um bebé no HUAN, disse que é de “inqualificável gravidade”.

“A família do bebé Victor está destroçada, sem uma palavra de conforto do Governo, do ministério e da direcção do hospital. A mãe desolada com trauma pós-parto, sem assistência psicológica, acompanhamento de assistente e um ponto focal para ligação com as autoridades do Estado.

Avançou que a família desse bebé aguarda o desfecho deste caso e que exigem o corpo do mesmo, para fazerem um funeral condigno.

“Exigem também que sejam responsabilizados os culpados neste caso”, afirmou.

DG/ZS

Inforpress/Fim

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