Cidade da Praia, 05 Mar (Inforpress) – O grupo parlamentar do PAICV considerou hoje que o país tem regredido nos últimos anos na mobilização da água pelo que vai interpelar o Governo na quinta-feira sobre o fornecimento de água para consumo e irrigação no país.
Em conferência de imprensa par balanço das principais questões abordadas na jornada preparatória para a primeira sessão plenária de Março, a vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), Carla Lima, disse que há um retrocesso no país, sobretudo na cidade da Praia, por falta de uma política governamental para o sector da água.
“Apesar dos compromissos, das promessas e dos anúncios”, declarou Carla Lima, o país regrediu, seja na questão da água para o consumo, citando o caso da Cidade da Praia como o “mais gritante”, seja na água para irrigação, ressalvando que já havia uma capacidade instalada que dava para abastecer tranquilamente a cidade da Praia e São Domingos, na ordem dos 20 mil metros cúbicos diários.
A deputada do maior partido da oposição considerou que, actualmente, a Electra (produtora de água) só disponibiliza à empresa Águas de Santiago (ADS) 12 mil metros cúbico diários, pelo que indaga sobre este recuo junto das entidades e “a história toda” para se inteirar dos problemas e soluções do executivo para “resolver de vez” o abastecimento de água para consumo.
Relativamente à questão da irrigação, Carla Lima disse que a política do Governo assentava na massificação da dessalinização da água, mas que passados oito anos “não conseguiram dessalinizar água nenhuma”, razão pela qual o PAICV quer saber as razões deste atraso, as soluções para com o mundo rural e para mobilização de água para agricultura.
“Havia um acordo com a Hungria para a disponibilização de 35 milhões de euros que seriam investidos na dessalinização da água em Achada Baleia, Moia-Moia (São Domingos) e Achada Ponta, em Santa Cruz. Até agora em nenhuma destas localidades temos dessalinizadores a funcionar”, explicou, solicitando ao Governo uma explicação pela não materialização desta dessalinização.
Neste particular, referiu que os agricultores continuam à espera, alegando que as outras formas de mobilização que o governo do PAICV tinha vindo a trabalhar, designadamente as barragens e construção de furos para a utilização de águas subterrâneas e reutilização de águas residuais para agricultura, foram abandonados pelo Movimento para Democracia (MpD, poder).
SR/AA
Inforpress/Fim
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