Cidade da Praia, 21 Fev (Inforpress) - O grupo parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) acusou hoje o Governo de fazer “casting político” com um discurso de “refogado” sobre a boa governança que não passa de uma “propaganda de felicidade”.
Quem o afirmou é o deputado Francisco Pereira, que acrescentou que o Governo tem “falhado” com os cabo-verdianos e que não foi capaz de implementar “princípios de boa governança”.
O deputado da oposição falava durante o debate com o primeiro-ministro sobre a “Boa governança”, que, no seu entender, a boa governança deveria ser encarada como recurso estratégico do desenvolvimento, que passa “necessariamente” pela observância da ética, da transparência, equidade e lealdade.
“O respeito dos princípios da boa governança é a condição ‘sine qua non’ para o fortalecimento da democracia, da economia e da coesão nacional, o que infelizmente não tem sido o apanágio do Governo do MpD”, apontou o deputado.
Alegou ainda que nesses oito anos de mandato o Governo tem colocado o país perante “enormes desafios”, abarcando tanto os níveis institucionais como económicos e sociais, e exemplificou com exemplos como “a situação dos transportes, o desemprego, principalmente o desemprego jovem, a estagnação económica, diminuição de rendimentos, a pobreza extrema e o endividamento interno”.
“Todavia, nada disso parece incomodar o primeiro-ministro, nem mesmo o facto de 63 % de cabo-verdianos terem considerado que o país está a ser conduzido na direção errada ou de 61 % terem dito, claramente, que as atuais condições económicas são más, ou de 7 % terem declarado que muitas vezes ficaram sem alimentos para o sustento no seu dia a dia”, frisou.
Francisco Pereira asseverou que Cabo Verde está hoje numa trajetória “de empobrecimento, do enfraquecimento da economia e do seu tecido social”, certificando que o País está a viver uma “crise de governação sem precedente”.
O PAICV teceu ainda críticas à situação em que se encontram os transportes, alegando que os cabo-verdianos estão a “sofrer” por conta dos “negócios intransparentes” que o Governo fez e que estão a revelar-se “absolutamente lesivos” do interesse público, tornando assim o sector de transportes num “autêntico caos”.
“A coesão territorial e a mobilidade interna e externa encontram-se em clara degradação, pela falta de uma verdadeira política de transportes, ignorando o actual Governo que a nossa realidade é arquipelágica e diaspórica”, apontou.
OS/AA
Inforpress/Fim
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