
Cidade da Praia, 02 Dez (Inforpress) – A sub-secretária-geral da ONU e directora executiva da ONU-Habitat defende uma gestão do território centrada nas pessoas e na natureza, capaz de criar oportunidades de desenvolvimento económico, fortalecer a inclusão e combater a pobreza e desigualdade no país.
Ana Cláudia Rossbach, que falava à imprensa no final desta manhã, após ser recebida pelo Presidente da República, José Maria Neves, reforçou a importância de se ter uma gestão territorial focada nas pessoas, na natureza e no fortalecimento das oportunidades de desenvolvimento económico e inclusão social.
“(..) uma gestão do território que seja focada nas pessoas, uma gestão do território que seja focada na natureza, mas que também apoie o país e os municípios a ter mais oportunidades de desenvolvimento económico, de inserção económica e de superação da pobreza e da desigualdade”, precisou.
Segundo afirmou, Cabo Verde tem registado avanços “muito alinhados” com a missão da ONU-Habitat e com a Nova Agenda Urbana, especialmente na área da habitação, onde se observa maior capacitação dos actores e respostas mais estruturadas.
Rossbach salientou que a organização tem vindo a apoiar vários países na elaboração de projectos para aceder a financiamentos, incluindo fundos climáticos, e que trabalha também com bancos multilaterais para garantir resultados concretos combinados com assistência técnica.
“A nossa intenção, inclusive a minha visita, é reforçar o nosso compromisso com Cabo Verde e ampliar aqui as nossas áreas de cooperação”, realçou.
Ana Cláudia Rossbach adiantou que durante a sua estadia no país teve a oportunidade de observar projectos de grande e pequena escala na Praia e em São Miguel, destacando a importância de soluções adaptadas à diversidade territorial cabo-verdiana.
Recordou ainda que a organização trabalha com os 22 municípios, que estão na “linha da frente” na resposta a desastres e na implementação de soluções criativas.
“Por exemplo, em São Miguel eu encontrei uma parceria muito interessante, onde o município identificou a terra, o Governo nacional entrou com os recursos, enfim, com toda a estrutura da política habitacional”, apontou.
Neste sentido, realçou que é importante fortalecer as autarquias tanto em termos de capacidade como de recursos financeiros, no âmbito do processo de descentralização.
A directora executiva da ONU-Habitat adiantou que o encontro permitiu ainda a apresentação das prioridades da agência para o período 2026-2029, definidas no novo plano estratégico aprovado pelos Estados-membros.
Neste sentido, a agência irá priorizar o acesso à habitação, ao solo e aos serviços básicos, no contexto de uma crise global habitacional marcada pela incapacidade das pessoas comprarem ou alugarem casas, destruição de habitações em desastres e conflitos e agravamento das desigualdades.
Rossbach também reconheceu progressos de Cabo Verde na definição de uma política de habitação e no planeamento para enfrentar o déficit quantitativo, melhorar o parque habitacional existente e reforçar a resiliência face a desastres.
Segundo afirmou, é essa combinação entre acção nacional, instrumentos normativos e envolvimento municipal que poderá garantir avanços sustentáveis na melhoria das condições de vida e na construção de cidades mais resilientes e inclusivas.
AV/ZS
Inforpress/Fim
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