Mindelo, 06 Nov (Inforpress) – O ministro do Mar considerou hoje, no Mindelo, que a hidrografia e o mapeamento são “fundamentais” para construir o edifício da governança quando se fala na exploração sustentável dos recursos marinhos.
Jorge Santos teceu as considerações ao presidir a 2.ª Conferência de Hidrografia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizado no Mindelo de 04 a 08 de Novembro.
Segundo o governante, já é tempo de se olhar para o mar, mas para mapear, conhecer as riquezas e organizar a sua exploração, “de forma responsável e equilibrada”, e pensando nas gerações de hoje e futuras, com o equilíbrio e a segurança necessários.
“Porque nós temos a tecnologia, temos o Estado e a governança, temos a responsabilidade, temos gente com capacidade e a capacidade que não existe, vamos consegui-la através da parceria e da cooperação”, considerou Jorge Santos.
Por isso, o ministro do Mar assegurou prezar muito a cooperação no sector da Economia Azul para permitir a partilha do conhecimento, que “não é eminentemente nacional, mas do mundo”.
Tendo isso em conta, Cabo Verde, segundo a mesma fonte, está a fazer um “esforço enorme” para infra-estruturação e modernização de portos, reparação naval, industrialização da pesca, criação dos complexos de pesca e de todas as condições para o desenvolvimento da Economia Azul.
Através das parcerias, segundo a mesma fonte, Cabo Verde está a criar as condições para criar o serviço hidrográfico nacional, uma das recomendações desta segunda conferência.
“Cabo Verde quer dar esse passo e quer ser útil no quadro da CPLP e trazer essa experiência para a CEDEAO, que é a nossa sub-região africana, que também precisa desta cooperação”, assegurou a mesma fonte.
Daí, sublinhou, o trabalho que está a ser feito em sintonia com a Guarda Costeira Verde, o investimento em equipamentos aéreos e marítimos e ainda os acordos assinados com Luxemburgo para adquirir os meios via satélite para esse fim.
Mais ainda, sublinhou, são válidas essas parcerias com o Sistema das Nações Unidas, União Africana, Banco Africano de Desenvolvimento e com o sector privado, necessários para construir este edifício.
O secretário executivo da CPLP, Zacarias da Costa, destacou também a importância da hidrografia na comunidade, particularmente no apoio que presta à navegação “segura e eficiente” dos navios e na disponibilidade das cartas náuticas.
Mas também, acrescentou, porque possui um carácter transversal de actuação que está na base de muitas outras actividades associadas ao mar, como por exemplo ligadas à exploração de recursos, protecção e gestão ambiental, delimitação das fronteiras marítimas e criação de infra-estruturas nacionais, entre outras.
Sendo assim, considerou Zacarias da Costa, é pertinente adoptar medidas que promovam o aumento da cobertura de informação hidrográfica dos estados-membros, especialmente em áreas de navegação e portos.
Organizada pelo Instituto Marítimo Portuário (IMP), pelo Instituto Hidrográfico de Portugal, pela Directoria de Hidrografia e de Navegação da Marinha do Brasil e pelo Secretariado Executivo da CPLP, esta edição resulta da decisão de organizar este evento de dois em dois anos, tendo o IMP manifestado disponibilidade para organizar a segunda edição da Conferência.
A 1.ª Conferência de Hidrografia da CPLP realizou-se em Lisboa, de 4 a 7 de Julho de 2022, no contexto da segunda Conferência dos Oceanos das Nações Unidas.
LN/AA
Inforpress/Fim
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