Cidade da Praia, 08 Set (Inforpress) – A directora do Serviço de Gestão Pedagógica, Avaliação e Inclusão Educativa destacou hoje a importância de dotar os profissionais do pré-escolar de instrumentos para “maior bagagem de trabalho” com as crianças, visando uma “maior qualidade do ensino”.
“Esta cultura da reciclagem e da educação ambiental, ensina as nossas crianças que podemos aproveitar muito do que é considerado desperdício. Pode ser uma tampinha, um copo de iogurte, enfim coisas que podemos transformar em materiais lindíssimos”, declarou Maria Helena Andrade, que falava na cerimónia de abertura da formação destinada aos coordenadores concelhios da Educação Pré-Escolar das ilhas do Maio e de Santiago.
A formação, que se enquadra nas atividades do PAREP-CV, visa, segundo a mesma fonte, construir materiais lúdicos, didáticos e pedagógicos, através de materiais reciclados, tendo como propósito o reforço da qualidade da educação pré-escolar.
Esta responsável avançou ainda que com este tipo de ensinamento o Ministério da Educação está “a cultivar e a incutir a educação ambiental aos mais pequenos”.
“Uma criança com paralisia cerebral, para segurar o lápis, precisa de um material para engrossar o lápis, para poder segurar. Com estas crianças com necessidades educativas especiais temos a produção e a aquisição de materiais já que o projecto insere também programa de inclusão”, explicou, avançando que a intenção é não deixar ninguém para trás.
Para a delegada da Educação do concelho da Praia, Constantina Afonso, esta formação “une dois pilares fundamentais” da educação contemporânea, que são a criatividade pedagógica e a consciência ambiental.
“Hoje, damos início a uma jornada que vai muito além da produção de materiais didáticos. Estamos a cultivar uma nova forma de ensinar, mais sensível, mais sustentável e mais próxima da realidade das nossas crianças”, disse, realçando que ao transformar materiais recicláveis em ferramentas de aprendizagem está-se a “transformar mentalidades”.
Neste âmbito lembrou o pensamento do pedagogo brasileiro Paulo Freire, que defendia que “a educação não transforma o mundo, mas sim muda as pessoas que, por sua vez, transformam o mundo”.
A coordenadora do programa PAREP-CV, Ana Santos, por seu lado, ressaltou que esta formação de três dias, tem como objectivo a consciencialização e reutilização dos materiais com ênfase nos três “R”.
A iniciou-se hoje, na cidade da Praia, à semelhança do que foi feito no Barlavento, São Vicente, e visa capacitar coordenadores do pré-escolar de instrumentos de trabalho para maior qualidade do ensino.
Na formação, em que participam coordenadores das ilhas do Sotavento, iniciou apenas com os de Santiago e Maio, sendo que os da ilha do Fogo e Brava não se sabe quando podem vir, enquanto que os de Boa Vista devem chegar a qualquer hora.
O Programa de Apoio à Reforma Educativa Prioritária em Cabo Verde (PAREP-CV), após a aprovação do financiamento da subvenção da Global Partnership for Education (GPE), no valor de 5 milhões de dólares, tem duração de cinco anos e busca promover a universalização da educação pré-escolar e melhorar a qualidade do ensino no primeiro ciclo do ensino básico.
PC/AA
Inforpress/Fim
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