Porto Inglês, 02 Jul (Inforpress) – A classificação da ilha do Maio como Reserva Mundial da Biosfera e a mobilização de água para a agricultura tem sido os maiores ganhos ambientais na ilha do Maio nos 50 anos de independência nacional, segundo o MAA.
Em declarações à Inforpress, a delegada do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), Teresa Tavares, destacou que a distinção atribuída pela Unesco em 2020 consolidou a importância ambiental da ilha do Maio a nível global, ao mesmo tempo que trouxe visibilidade internacional para a biodiversidade e cultura locais.
“A classificação concilia a conservação do meio ambiente com o desenvolvimento comunitário. Desde então, a ilha tem mais divulgação internacional e transformou-se num espaço de estudo e investigação”, afirmou a responsável.
A Reserva Mundial da Biosfera abrange uma área total de 2.780,11 km², englobando não só o território terrestre da ilha, mas também zonas marinhas adjacentes, com ecossistemas de elevada importância ambiental, como salinas, dunas, florestas, áreas agrícolas, comunidades costeiras, e habitats vitais para a reprodução de aves e tartarugas marinhas.
No campo da agricultura, Teresa Tavares destacou os avanços na gestão de recursos hídricos, com a introdução do sistema de rega gota-a-gota, que ajudou a mitigar os efeitos da seca e a melhorar a produtividade dos campos agrícolas.
A mobilização de água na ilha tem sido reforçada com a utilização de fontes de energia renovável para alimentar furos e poços de extração.
A delegada apontou ainda progressos na introdução de culturas mais resilientes ao clima e na protecção vegetal, com a substituição gradual de agrotóxicos por pesticidas biológicos, tornando a agricultura local mais sustentável.
Apesar de reconhecer que a produção agrícola na ilha ainda não é expressiva, Teresa Tavares acredita que o sector poderá ganhar novo impulso com o projecto em curso de mobilização de água dessalinizada, que prevê disponibilizar cerca de mil toneladas de água por dia para a agricultura e pecuária.
Teresa Tavares salientou, entretanto que, além da mobilização de água, os maiores desafios da ilha passam por aumentar as áreas verdes, essenciais para enfrentar os efeitos das alterações climáticas e por reforçar a educação ambiental nas comunidades.
RL/CP
Inforpress/Fim
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