Porto Inglês, 06 Set (Inforpress) – Emigrantes da ilha do Maio, de férias no país, denunciaram os "preços abusivos" nas alfândegas e a "indisponibilidade" de transportes aéreos interilhas como os principais entraves à sua contribuição e investimento em Cabo Verde.
As questões foram levantadas durante um encontro promovido pela Câmara Municipal do Maio na sexta-feira à noite, com o objectivo de debater as dificuldades vividas pelos maienses fora do país.
José Adrião, emigrante na Holanda, destacou à imprensa os entraves no sector aduaneiro, denunciando os “preços abusivos” cobrados para o envio de encomendas.
“As alfândegas estão a cobrar valores abusivos, o que condiciona a nossa contribuição para o país. Muitas pessoas desistem porque o levantamento das encomendas custa mais caro do que os próprios produtos”, apontou.
No mesmo sentido, o emigrante Reli, também residente na Holanda, acrescentou que os custos cobrados pelos transitários são igualmente preocupantes.
“O envio de encomendas de Roterdão para a cidade da Praia sai mais barato do que de Santiago para o Maio. Não se compreende esta situação. É preciso que as autoridades deem atenção a este aspecto”, reforçou.
Outra preocupação partilhada pelos emigrantes foi a falta de fiabilidade do transporte aéreo interilhas, que, segundo José Adrião, cria “medo e incerteza” quanto à ligação com os voos internacionais e dificulta as visitas ao país.
De acordo com os participantes, estes problemas, somados à burocracia e à "lentidão das empresas", travam o investimento da diáspora na ilha.
Em resposta, o presidente da Câmara Municipal do Maio, Valdino Rely Brito, garantiu que o gabinete de emigração e comunidades emigradas está a trabalhar para minimizar estes problemas.
“Estamos a reestruturar o gabinete de emigração, criando uma plataforma digital que permitirá acelerar processos. Está em fase de finalização e permitirá que qualquer emigrante, mesmo à distância, possa aceder aos serviços da câmara e esclarecer dúvidas”, explicou, sublinhando o papel essencial da diáspora na economia nacional.
O encontro contou ainda com a participação de responsáveis de entidades como a Alfândega, Pró-Empresa e instituições bancárias, que manifestaram o desejo de aprofundar o conhecimento sobre o “real contributo” da emigração para a economia do país.
RL/CP
Inforpress/Fim
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