Santa Maria, 19 Ago (Inforpress) - A Kasa d’Arte, em Santa Maria, recebe de hoje ao dia 26 a exposição “Sem Mandingá”, uma amostra de Naissmabia, que busca nas expressões das mandingas, um diálogo poético, a partir da técnica de batik.
O batik é uma das técnicas de tingimento têxtil mais antigas do mundo e consiste em aplicar reservas de cera quente sobre o tecido antes de colocá-lo em contato com os corantes.
As áreas preservadas não podem ser tingidas, mas as livres são. Isso acontece porque os locais com cera impedem a absorção da cor.
A exposição composta por dez quadros, criados através de Batik, conforme Manuel Fortes, é um projeto que nasceu de inspiração dele e da mulher, através das mandingas do Carnaval.
“É uma coisa que sempre nos fascinou desde menino em que os mandingas criava em nós aquele medo interno e depois para ver aquela disposição de os ver a dançar com as suas expressões corporais que fazem", explicou.
“Através de batik nós resolvemos fazer um projecto em que criamos 100 mandingas, espalhadas por nove ilhas de Cabo Verde e uma diáspora”, continuou.
Conforme o mesmo, o projecto nasceu através do diálogo entre o casal, que são professores de arte na Universidade de Cabo Verde (Uni-Mindelo), em que sempre discutiram a técnica do batik.
“Esta é uma técnica que muito pouca gente está a utilizar e achamos por bem utilizá-lo, com parte de reminiscência, e apresentá-lo para o Cabo Verde”, disse.
A dupla fez a sua estreia na ilha de São Vicente, no mês de Fevereiro, expõem agora pela primeira vez na ilha do Sal, depois de contactos com o Gabinete da Cultura da câmara municipal.
“Sal é uma ilha que sempre tivemos como meta, porque além de ser uma ilha turística, é bastante cultural (...) pretendiamos trazer algumas formações na área, mas infelizmente tivemos que deixar para uma outra altura”, sublinhou.
Para Manuel Fortes, depois do Sal, vai ser a vez da ilha de Santiago receber a exposição, que ainda não tem data marcada, porque se trata de um “projecto de processo”, que depende das oportunidades.
Quanto à aceitação do projecto “Naissmabia”, a mesma fonte afirmou que na primeira exposição, em São Vicente, o impacto foi “muito positivo”, com muita procura para explicações e entender melhor a prática utilizada.
A exposição fica patente ao público até o dia 26, com dez quadros que buscam nas expressões das mandingas um diálogo poético, a partir da técnica de batik.
NA/AA
Inforpress/Fim
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