Cidade da Praia, 27 Mai (Inforpress) - A leitora brasileira do Instituto Guimarães Rosa da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), Karina Gomes, afirmou hoje que a leitura "não vai bem" em Cabo Verde, destacando a inacessibilidade dos livros como obstáculo.
“A leitura não está bem. A oralidade em língua portuguesa também não está bem. Então, ler e contar histórias para crianças, com toda a certeza, vai fazer com que as próximas gerações sejam melhores produtoras de texto também”, afirmou, frisando que o livro é um material “muito inacessível”, no arquipélago.
Karina Gomes falava à imprensa na abertura do I Simpósio de Literatura Infantil e Juvenil de Cabo Verde que está a ser promovido pelo Leitorado Brasileiro do Instituto Guimarães Rosa da Uni-CV e vai até o dia 29 do corrente.
Participam do evento pesquisadores, educadores, autores, comunidade, instituições e congrega entusiastas do livro, sociedade civil, educadores e pesquisadores de Cabo Verde, Portugal e Brasil.
O objectivo consiste em discutir a situação da produção de literatura infantil e juvenil e em Cabo Verde, o I Simpósio de Literatura Infantil e Juvenil de Cabo Verde e incentivar a pesquisa académica na área e promover a literacia e a leitura.
O Simpósio, a ser realizado na Uni-CV, surgiu das aulas das disciplinas Leitura Literária e Literatura em Língua Portuguesa, Literatura Infantil e Juvenil em Língua Portuguesa que Karina Gomes ministra na mesma universidade.
“Nós vamos focar principalmente na importância da leitura literária para crianças e jovens. A responsabilidade social que todos nós devemos ter para que as crianças e jovens leiam. Então, nós vamos pensar sobre estratégias de leitura, sobre literatura e educação, sobre o que é a leitura literária e como é que realmente executamos essa leitura”, sintetizou aquela responsável.
Conforme indicou Karina Gomes, haverá também oficinas de dois pesquisadores brasileiros do estado da Bahia, que farão uma relação entre a Bahia e Cabo Verde e as literaturas para crianças nesses dois espaços. Além disso, será apresentado um panorama da literatura infantil e juvenil em Cabo Verde.
O simpósio constitui igualmente um diálogo com autores cabo-verdianos sobre o desafio de produzir literatura para crianças em Cabo Verde e lançará um grupo de pesquisa sobre literatura infantil e juvenil, que começará a trabalhar no próximo ano lectivo, com o intuito de que no próximo ano já tenhamos pesquisas dos alunos da UniCV.
A leitora brasileira do Instituto Guimarães Rosa da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) considerou ainda que a leitura infantil e juvenil em Cabo Verde é um assunto que precisa ser debatido.
“O leitor crítico, o leitor que fala sobre política, o leitor que sabe ler um bom manual, o leitor que sabe conversar. Então, a gente quer resgatar essa literatura que constrói. A criança que lê é o adulto que lê”, enfatizou.
TC/ZS
Inforpress/Fim
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