Antropólogo Manuel Brito Semedo leva a visão da insularidade e diáspora de Cabo Verde para simpósio em Harvard

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Antropólogo Manuel Brito Semedo leva a visão da insularidade e diáspora de Cabo Verde para simpósio em Harvard
13/10/25 - 02:05 pm

Cidade da Praia, 13 Out (Inforpress) - O antropólogo cabo-verdiano Manuel Brito-Semedo será o único orador residente no país a participar no simpósio internacional “A Luta Continua! - 50.º Aniversário da Libertação Africana do Domínio Português”, que se realiza na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

O simpósio, agendado para os dias 24 e 25 deste mês, em Cambridge, Massachusetts, vai centrar-se na libertação dos PALOP (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe), mas a intervenção de Brito-Semedo terá um foco diferenciado.

Em declarações à Inforpress, o professor da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) afirmou que vai levar a “visão diferente” de Cabo Verde, focada em questões de grande relevo para a diáspora, como a insularidade, a crioulidade e a questão das “ilhas que ficam e das ilhas que partem”.

Conforme o professor, a questão relativa à diáspora tem como objectivo mostrar que “há gente de cá e gente de lá, unidos por uma única cultura e uma única língua”, isso com intenção de propor uma reflexão sobre o tema.

Relativamente à independência, Brito-Semedo realçou que Cabo Verde foi o único país do grupo a ascender à autonomia sem luta armada e a abraçar a abertura política em 1991, o que considera determinante para o desenvolvimento do arquipélago.

O antropólogo pretende apresentar as diferenças de Cabo Verde de forma contrastiva com os outros países, destacando a paridade do escudo cabo-verdiano com o Euro desde 1997 e a Parceria Especial com a Europa, ao mesmo tempo que o país se mantém ligado à CEDEAO.

Focando nestes temas, Brito-Semedo espera que os conterrâneos a viver nos EUA, e que participam no simpósio, se sintam entusiasmados por ver a representação do país, de gente de dentro a pensar Cabo Verde e que vai a terra do Tio Sam falar à diáspora da importância da mesma dentro da nação cabo-verdiana.

O professor, que vai como representante da Uni-CV, referiu que esta participação abre possibilidades para uma “diplomacia académica”.

Brito-Semedo participará no painel “A guerra fria – Particularidades africanas lusófonas, libertação, arte e pós-colónia e trajectórias de democratização nos PALOP”, e fará uma conferência intitulada “Cabo Verde: Entre ilhas e destinos – Insularidade, crioulidade e comunidades atlânticas”.

O simpósio conta ainda com a participação de outros académicos e investigadores cabo-verdianos, como a historiadora Ângela Coutinho, Abel Djassi Amado (Simmons University, EUA) e João Resende-Santos (Bentley University, EUA).

PC/CP

Inforpress/Fim

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