Jornalista franco-cabo-verdiana exorta jovens a pôr foco nas suas aspirações e perseguirem o seu sucesso

Cidade da Praia, 15 Abr (Inforpress) - A jornalista franco-cabo-verdiana Anne Marie Dias, considerada uma das 100 mulheres mais influentes de África, em 2020, exortou hoje os jovens a pôr foco nas suas aspirações e a perseguirem o seu sucesso.

Anne Marie Dias, da BBC de Londres, Reino Unido, lançou esse repto, na cidade da Praia, à margem de uma audiência com o Presidente da República, José Maria Neves.

Nascida em França e com origens em Calheta de São Miguel, a jornalista, de 48 anos, disse que o encontro com o chefe de Estado foi construtivo, sobre questões relevantes para Cabo Verde e para a promoção dos direitos humanos e da justiça social.

“Esta visita ao Presidente da República, enquanto cabo-verdiana, foi um ponto de encontro para tentar reforçar a cooperação com a diáspora. No momento, o presidente felicitou-me também pelas distinções, por estar entre as 100 mulheres africanas mais influentes do continente, e a número seis na diáspora africana na Europa. Senti-me honrada”, exteriorizou.

Anne Marie Dias conta que no seu percurso de vida, num país estrangeiro, particularmente por ser mulher africana passou por muitas dificuldades, e para chegar até onde chegou hoje, “não foi tarefa fácil”.

“Nasci na França, vivo há mais de 20 anos na Inglaterra, portanto numa terra estrangeira. A minha primeira dificuldade foi querer mostrar que também tenho histórias para contar, tenho competência e que preciso de uma oportunidade”, enfatizou.

Por isso, exortou os jovens a serem persistentes e a não desistirem dos seus sonhos.

“Ninguém, nem nada pode atrapalhar uma pessoa que nasceu para vencer. É uma coisa que tenho sempre em mente. Fui para Inglaterra com 17 anos, tive muitas dificuldades, a começar pela língua… mas a gente vence com trabalho, foco e determinação. Se eu consegui, outros também conseguem”, estimulou, contando o seu percurso na BBC.

Por outro lado, enquanto jornalista, referindo-se aos ‘fakes news’, aconselhou os colegas de profissão a fazerem um jornalismo sério, de investigação, verificar cada informação, mas também dar voz às pessoas cujas histórias não são conhecidas e contadas.

“Em Cabo Verde, por exemplo, muitas pessoas passam por dificuldades… precisamos aproximar delas e deixá-las contar a sua história”, comentou, destacando ainda a necessidade de um conteúdo digital e interativo para atrair e envolver novas audiências, assistentes e ouvintes.

Conforme uma nota da Presidência da República, Anne Marie Dias Borges, uma das 100 mulheres mais influentes de África, em 2020, segundo a escolha da Avance Media, tem-se destacado no seu trabalho pelo seu activismo pelas questões africanas e pelos direitos das crianças e das mulheres.

“Ao longo do seu trajecto, Anne Marie tem ressaltado a importância de um jornalismo de proximidade e humanizado, especialmente voltado para o público mais jovem e com pouca escolaridade”, referiu a mesma fonte.

SC/CP

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