IPC destaca “esforço contínuo” para garantir acessibilidade nos museus em Cabo Verde

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IPC destaca “esforço contínuo” para garantir acessibilidade nos museus em Cabo Verde
18/05/24 - 09:20 am

Cidade da Praia, 18 Mai (Inforpress) - A directora dos museus do Instituto do Património Cultural (IPC), Aleida Aguiar, garantiu hoje, na Praia, que estão sendo empreendidos esforços para concretização do projecto “Museus acessíveis”, que visa garantir o acesso à cultura às pessoas com deficiências.

A responsável, que falava à Inforpress no âmbito do Dia Internacional dos Museus, assinalado a 18 de Maio, lembrou que o projecto “Museus acessíveis”, lançado em 2022, tendo o ex-campo de concentração do Tarrafal e o Museu Etnográfico da Praia como espaços pioneiros, é um projecto “muito ambicioso” e será implementado em todos os museus sob a tutela do IPC.

Segundo Aleida Aguiar, embora haja um esforço contínuo para melhorar a acessibilidade física nos museus, especialmente com rampas de acesso e instalações adequadas, o aspecto da acessibilidade de conteúdo ainda precisa ser aprimorado.

“Neste momento não avançamos muito em termos de conteúdos, da acessibilidade de conteúdos. Temos estado a trabalhar a parte da acessibilidade física, começamos com o Museu de Campo de Concentração do Tarrafal e tem sido um processo contínuo”, vincou.

“A parte dos conteúdos, é algo que ainda estamos a trabalhar e queremos alargar, não só trabalhar internamente, mas trabalhar com instituições relacionadas com a questão temática e fazer um trabalho mais estrutural, mais concreto, sobretudo em termos de conteúdo. O que podemos dizer que é mais fácil trabalhar em termos de acessibilidade física e isso já implementamos, sobretudo no campo de concentração”, acrescentou.

Por outro lado, a directora dos museus do IPC apontou que no contexto museológico nacional um dos desafios mais prementes reside na falta de recursos humanos e financeiros, tendo destacado a carência de técnicos dedicados em cada museu, com muitas instituições operando com um número baixo de funcionários.

“O ideal seria, por exemplo, um museu ter um técnico para a animação cultural, para as actividades educativas, um técnico responsável pela parte das exposições, um técnico por exemplo, para um guia e por aí adiante. E, de momento, podemos dizer que em nenhum dos 11 museus da tutela, tem um número ideal de técnicos aplicados para as funções”, frisou.

Outro ponto crucial, no entender da directora dos museus do IPC é a preservação e conservação dos museus, especialmente no que diz respeito aos edifícios históricos em que muitos estão localizados.

Nesta linha, Aleida Aguiar ressaltou a importância da reabilitação desses espaços, não apenas para preservar seu valor histórico, mas também para torná-los mais atractivos para o público e alinhados com as expectativas turísticas modernas.

Projectos como a reabilitação do Museu Norberto Tavares, em Santa Catarina, e do Museu Municipal de São Filipe, na Ilha do Fogo, estão em andamento, financiados pelo Governo através de programas específicos de turismo.

A directora dos museus do IPC afirmou que o desafio de aumentar o número de visitantes, sobretudo dos nacionais, persiste ainda, pelo que estão a trabalhar para envolver escolas, comunidades locais e desenvolver actividades culturais atraentes para atrair um público mais amplo.

O Dia Internacional dos Museus, criado pelo Conselho Internacional de Museus (ICOM, na sigla em inglês) e comemorado anualmente no dia 18 de Maio, serve como uma plataforma global para promover o papel dos museus no intercâmbio e desenvolvimento cultural.

O tema deste ano será “Museus para a Educação e a Investigação” que pretende realçar a importância dos museus como instituições educativas dinâmicas que promovem a aprendizagem, a descoberta e a compreensão cultural.

TC/CP

Inforpress/Fim

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