Cidade da Praia, 05 Jul (Inforpress) – A primeira-ministra moçambicana, Maria Benvinda Levy, afirmou hoje que a cerimónia de comemoração dos 50 anos da Independência de Cabo Verde foi marcada por uma mensagem de unidade nacional e pelo reconhecimento unânime do papel histórico dos libertadores.
Em declarações à imprensa à margem das celebrações na cidade da Praia, a governante moçambicana sublinhou que, apesar das diferenças políticas e das abordagens distintas entre as principais forças partidárias cabo-verdianas, houve uma clara convergência no reconhecimento do percurso dos nacionalistas e no compromisso de continuar a trabalhar para o bem de Cabo Verde.
“Todas as forças políticas reconheceram e saudaram o percurso dos libertadores, e também todas elas estão irmanadas no objectivo de juntos, apesar das diferenças, colaborarem para construir uma nação forte e solidária e sustentável”, sublinhou.
Maria Benvinda Levy realçou ainda o significado especial de 2025 para vários países africanos de língua oficial portuguesa, que celebram o cinquentenário das suas independências, como Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, e, proximamente, Angola sendo que Guiné-Bissau já assinalou a data.
“É um ano de celebração, mas também um ano de profunda reflexão sobre o percurso que fizemos nestes 50 anos, portanto, são países irmãos que fizeram uma caminhada conjunta durante as lutas de libertação e os nacionalistas que lideraram essas lutas tornaram-se irmãos e, com eles, os nossos povos também”, afirmou.
Reconheceu que os desafios enfrentados ao longo deste meio século foram muitos e continuam a existir, mas destacou que todos os países lusófonos africanos sentem-se honrados pelo caminho trilhado e mantêm viva a esperança e a confiança no futuro.
Sobre o seu país, Moçambique, a primeira-ministra admitiu que enfrenta desafios significativos, nomeadamente nas áreas da educação, saúde e desenvolvimento económico, mas sublinhou que o potencial do país deve agora traduzir-se em resultados concretos.
Maria Benvinda Levy destacou também o compromisso do seu governo moçambicano com a reconciliação nacional, mencionando o Diálogo Nacional Inclusivo em curso, que envolve partidos políticos, incluindo da oposição, e organizações da sociedade civil.
No dia 04 de Julho de 1975, os 56 deputados eleitos a 30 de Junho, representando os 24 círculos eleitorais do país, reuniram-se pelas 16:30 no Salão Nobre da Câmara Municipal da Praia.
Nessa sessão, além do texto da proclamação da República de Cabo Verde, foi aprovada, por unanimidade, a Lei da Organização Política do Estado (LOPE) que atribuiu a Amílcar Cabral o título de Fundador da Nacionalidade.
A Independência Nacional foi proclamada no dia 05 de Julho de 1975 pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, Abílio Duarte, no Estádio da Várzea, na cidade da Praia.
AV/CP
Inforpress/Fim
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