Cidade da Praia, 11 Jul (Inforpress) – A ministra da Justiça, Joana Rosa, inaugurou hoje, na Cadeia Central da Praia, o projecto de aeroponia que visa diminuir os custos com a alimentação nas unidades prisionais e promover uma alimentação “mais saudável” para os reclusos.
Após o acto de inauguração, a governante realçou que o Ministério da Justiça tem vindo a arranjar estratégias no sentido de criar a auto-sustentabilidade das cadeias, afirmando que o projecto de aeroponia é um passo importante nessa direcção.
“Temos estado a trabalhar a reinserção social, trabalhar reclusos, dar ocupação, mas também ver a questão da gestão prisional de uma forma diferente”, disse, afirmando que uma reforma total no serviço passa, necessariamente, por trazer modelos de unidades produtivas na cadeia para a auto-sustentabilidade da mesma.
Segundo a ministra, o Estado tem gasto, mensalmente, muito dinheiro na alimentação, no pagamento de salários e toda a logística que a cadeia deve ter para garantir a segurança dos reclusos.
“Desenvolvendo este projecto fazemos com que trabalhem, produzam, que a produção seja vendida e, depois, os recursos sejam canalizados para o orçamento de Estado para a alimentação e toda a logística da cadeia”, explicou.
Para Joana Rosa, trata-se de um projecto interessante que, no máximo de quatro semanas, garante a produção de alimentos como alface, beterraba, cebola, abobrinha e outros.
O projecto, desenvolvido em parceria com o empresário Hélder Gonçalves, tem capacidade para 3.600 plantas e envolvimento directo de 20 reclusos em formação técnica.
Prevê colheitas de produtos como alface, cebola, beterraba, abobrinha e outros, num ciclo de até quatro semanas, sendo que parte da produção será vendida no mercado externo, como hotéis e mercados locais.
A ministra sublinhou ainda que parte da receita gerada será destinada a contas bancárias dos reclusos, permitindo o pagamento de indemnizações enquanto condenados e apoio às suas famílias.
“Muitos condenados têm responsabilidades financeiras com suas famílias e vítimas”, lembrou, sublinhando ainda o impacto social e preventivo na reincidência.
Além da aeroponia, Joana Rosa anunciou um novo projecto de empregabilidade, financiado pela Cooperação Portuguesa, que irá beneficiar 200 reclusos com formação em áreas como corte e costura, panificação e padaria.
Hélder Silva, representante da tecnologia de aeroponia para Cabo Verde e África, realçou que esta é a primeira cadeia em África a adoptar esta tecnologia agrícola avançada, que consome 95 por cento (%) menos água, utiliza 80% menos espaço e é totalmente automatizada.
ET/HF
Inforpress/Fim
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