Ilha do Sal: Carência de meios humanos e materiais são os maiores desafios que se colocam à corporação - coordenador dos Bombeiros

Espargos 03 Mai (Inforpress) - O coordenador dos Bombeiros do Sal, Alberto Gomes, considerou hoje que a carência de meios humanos e materiais são os maiores desafios que se colocam à corporação e lembrou que a ilha já esteve pior nesta matéria.

Alberto Gomes fez esta consideração numa entrevista à Inforpress, a propósito do Dia Internacional dos Bombeiros, que se assinala este sábado, 04 de Maio, realçando que os desafios são diários, mas que diariamente vão sendo geridos com os recursos que possuem.

Segundo este responsável, esta é uma data que lembra e homenageia todos os esforços dos bombeiros na salvaguarda da vida de pessoas e bens.

“Os nossos desafios são diários com as condições que temos a nível da ilha do Sal e mesmo a nível do país. Claro que gostaríamos de estar sempre melhores, mas devemos lembrar que já estivemos muito pior, pelo que é bom também ressaltar os ganhos nos últimos tempos”, contou.

“Quanto aos recursos humanos, o nosso maior desejo é ver implementado o Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR), onde podemos fazer uma carreira de bombeiro e, do outro lado, ver mais meios materiais para uma melhor prestação dos nossos serviços”, acrescentou.

Um outro passo a ser dado, conforme disse, é a contratação de mais pessoal, lembrando que no momento o quartel possui 21 elementos, sendo dois no comando e os outros no activo, juntando a mais oito voluntários, mas que acaba por ser menos que o necessário, já que são distribuídos pelas duas bases que a ilha possui.

“Se estivéssemos todos concentrados em uma única base, se calhar, em termos de meios e do pessoal estaríamos bem servidos, mas claro que faz todo sentido uma base nos Espargos e outra em Santa Maria, porque pelo menos, não precisamos percorrer cerca de 18 km para prestar algum socorro”, indicou.

Alberto Gomes lembrou que os bombeiros na ilha trabalham basicamente a nível de socorros e de transportes de doentes, numa parceria com o hospital e o centro de saúde, com um número considerável de chamadas nos últimos tempos, mas aconselhou a população a ter cautela ao solicitar os bombeiros por coisas “desnecessárias”.

“Tem a questão que devemos ter em conta que é quando devemos chamar uma ambulância e quando devemos recorrer a outros meios, porque se mobilizarmos uma ambulância para qualquer situação, depois quando temos uma situação que realmente é necessário, os bombeiros e a ambulância estão ocupados”, apelou Alberto Gomes.

O coordenador disse que neste momento a ilha tem operacional apenas quatro ambulância para toda a ilha, por isso o apelo para uma boa gestão destes meios.

Em termos de formação e de "refrescamentos", o mesmo referiu que a ideia a nível nacional é da criação de uma escola de bombeiros, que acredita que seria um dos maiores ganhos para toda a corporação que passariam a “falar a mesma língua”.

Alberto Gomes aproveitou para encorajar todos os bombeiros a “darem o seu melhor” independentemente das dificuldades, “porque é uma profissão nobre e uma missão que assumiram, visando o bem de todos”, concluiu.

O Dia Internacional do Bombeiro, celebrado a 04 de Maio, visa reconhecer o trabalho dos profissionais que dedicam suas vidas à proteção das populações, prestação de cuidados e serviços de apoio.

NA/CP

Inforpress/Fim