Cidade da Praia, 05 Abr (Inforpress) - A ilha do Sal vai acolher, nos dias 8 e 9 deste mês, a conferência internacional intitulada “Liberdade, Democracia e Boa Governança: Um olhar a partir de Cabo Verde”, para debater os desafios vitais da política contemporânea.
A conferência, organizada pelo Ministérios dos Negócios Estrangeiros, vai contar com a presença de conferencistas nacionais, intelectuais, académicos, políticos e especialistas de renome internacional de todos os continentes, a partir de Cabo Verde.
Em nota de imprensa, o Governo informou que o evento culminará com a adopção da Declaração do Sal sobre como proteger os direitos humanos, promover as liberdades, fortalecer as democracias e boa governança em África e no mundo, a ser feita pela ministra do Estado, Janine Lélis.
Entretanto, em conferência de imprensa hoje, na Cidade da Praia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, esclareceu que esta ideia partiu a partir da experiência de Cabo Verde na matéria de democracia e governação e dos elogios que tem recebido nos fóruns internacionais.
“Cabo Verde tem recebido rasgados elogios de autoridades insuspeitas sobre a sua democracia, o Estado de Direito, nos aspectos dos direitos humanos e nesta senda surgiu a ideia de também promovermos o país lá fora”, explicou.
Em relação ao financiamento, que tem um tecto de 55 mil contos, informou que virão do gabinete do primeiro-ministro e outros parceiros como a União Europeia e Nações Unidas, a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e de outros que se mostraram interessados nesta discussão sobre a liberdade, democracia e boa-governação.
“O olhar que vamos levar é que Cabo Verde tem uma grande responsabilidade nesta matéria e um grande activo. A democracia a funcionar ao longo dos tempos tem sido um factor de grande instabilidade”, disse Rui Figueiredo Soares, quando questionado pelos jornalistas sobre que perspectiva o país vai levar para esta conferência.
Por isso, reiterou que Cabo Verde deve partilhar a sua experiência com outros países, nomeadamente com “os irmãos africanos”, onde, conforme observou, nem sempre a democracia tem feito escola.
“A nível da diplomacia é muito importante nós vendermos esta imagem de liberdade e de democracia e de um país melhor colocado em África nesta matéria a igualar com as grandes democracias do mundo”, advogou Rui Figueiredo, frisando que os investidores externos não procuram países onde os direitos humanos não são respeitados.
Neste sentido, apontou que é “muito importante” promover a imagem de Cabo Verde para se conseguir os resultados esperados ao nível da própria economia do país.
A abertura da conferência estará a cargo do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva e conta ainda com intervenções do representante especial da União Europeia para os Direitos Humanos, o representante-especial do secretário-geral para a África Ocidental e do presidente da comissão da CEDEAO.
O evento, que contará com mais de 20 oradores, está organizado em quatro painéis, sendo eles: “Democracia e Estado de Direito”, Democracia e Liberdades Religiosas”, “Promovendo a integridade da informação” e a “Boa governação e a transparência na gestão da dívida pública”.
Porém, logo após a abertura, haverá um painel especial que engloba comunicações sobre o tema “Fazendo a democracia funcionar” que contaria com intervenções do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky em formato vídeo.
O antigo primeiro-ministro de Portugal, António Costa, que vai estar online, e o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, que vai estar presente na ilha do Sal, intervirão também neste painel especial.
O encerramento será feito pela ministra do Estado, da Defesa Nacional, da Coesão Territorial e da presidência do Conselho de Ministros, Janine Lélis.
OM/ZS
Inforpress/Fim
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