Cidade da Praia, 20 Dez (Inforpress) - As crianças e adolescentes acolhidas e seguidas nas estruturas do ICCA participaram hoje num convívio de Natal, no Centro da Protecção Social, em Lém Cachorro, na Praia, num ambiente acolhedor, de confraternização e de partilha.
À imprensa, a presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), Zaida Freitas, explicou que esta actividade de Natal, destinada às crianças e adolescentes dos três centros de protecção social de Santiago Sul, tem como propósito proporcioná-las momentos de diversão, através de música, poesia, teatro, danças entre outras animações.
Visa ainda reforçar o compromisso do ICCA em criar ambientes acolhedores e positivos para o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Por outro lado, esta responsável do ICCA faz um "balanço positivo" deste ano, sublinhando que foi um ano de “muitas realizações” para esta instituição, mas também de muitos desafios.
“Tratando-se desta área de intervenção, a infância e a adolescência não é fácil em qualquer parte do mundo, sobretudo num país que tem suas fragilidades, a nível económico e social automaticamente tem impacto nas vidas das nossas crianças e adolescentes”, frisou.
Neste particular, acrescentou ainda que não obstante os vários programas do Governo para ultrapassar a questão da pobreza, afirmou que essas crianças e adolescentes acabam por ser grupos "vulnerabilizados" por esta situação.
“O ICCA tem o papel importante de assumir a coordenação e protecção, mas já sabemos que, sem os nossos parceiros, fica tudo muito mais difícil. Os nossos parceiros começam com a família, com as próprias crianças, as escolas, a saúde, a sociedade civil, a justiça e a segurança”, defendeu.
Acrescentou que todos têm que estar unidos para que, efectivamente, se crie uma “corrente forte” de protecção, sobretudo, contra as violações "mais graves" dos direitos da criança.
Sobre as situações de abuso e violência sexual, avançou Zaida Freitas que é uma "grande preocupação" que esta instituição tem, mas que este ano teve uma diminuição, “não muito significativa”.
“Tivemos 27 casos a menos, que se traduzem em 27 vidas que foram poupadas deste tipo de crime. Numa altura em que estávamos à espera que, se calhar, surgissem mais denúncias, porque estamos com a campanha proteja, e quando estamos a fazer acções de sensibilização as denúncias tendem a aumentar”, explicou.
A mesma deu exemplo da ilha do Maio que "nunca" as pessoas fizeram denúncias dos casos, mas que pela primeira vez já foram denunciados dez casos.
Isto, explicou, deve-se às acções de sensibilização que o ICCA tem estado a fazer nos meios de comunicação social, entre outros meios.
Por sua vez, a secretária de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima, destacou a importância deste evento, considerando que é um momento de confraternização de celebração e ganhos.
Lídia Lima reiterou mais uma vez o compromisso do Governo em relação aos desafios que esta instituição tem e afirmou que a intenção é trabalhar na melhoria "significativa" em vários aspectos nesta instituição.
A governante disse que apesar de vários ganhos a nível de produção e revisão de instrumentos legais nomeadamente, o estatuto do ICCA e da criança e do adolescente, bem como a revisão do plano nacional de combate à violência sexual, que está sendo implementado, a aprovação do PCCS constitui também um "grande ganho" para os funcionários.
“Trabalhar cada vez mais para sensibilizar as famílias para a assunção das suas responsabilidades, empoderando-lhes para melhorarem as suas condições de vida e ainda na capacidade de responsabilização perante as crianças, filhos e todo o ambiente familiar.
DG/ZS
Inforpress/Fim
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