Cidade da Praia, 19 Jun (Inforpress) - Um grupo de trabalhadores do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) posicionou-se hoje diante da instituição para manifestar contra o clima laboral que classificam de“degradante”, mostrando o seu desagrado, face ao “quadro pintado” pelo presidente num programa televisivo.
Trajados de t-shirt pretas, em sinal de luto, cerca de duas dezenas de trabalhadores do INE ostentavam dísticos com várias mensagens de desagrado, nomeadamente “Líder resolve, não complica”, “Estatística não é política, é verdade com rigor”, “A incompetência no topo afunda até a melhor equipa”, entre outros dizeres.
Esses dizeres contrariam as declarações do presidente do conselho de administração do INE num programa televisivo, passando a imagem de um clima laboral saudável naquela instituição.
Por esta razão, os trabalhadores, com o suporte do Sindicato da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca (SISCAP), protestaram contra ao que chamam de inverdades do presidente do conselho de administração ao clima de assédio.
Nomearam Ainda o não cumprimento dos estatutos do INE em vigor desde 2021, o incumprimento do acordado quanto ao enquadramento dos técnicos para níveis seniores e a postura do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, que “deixa o conselho directivo destruir a imagem e reputação do INE”, entre outras protestos.
Em representação do grupo de trabalhadores, Alice Monteiro lamentou a situação laboral em que a instituição, “que já foi top” chegou, exigindo a reposição dos seus direitos.
“Agora ninguém está a confiar nos nossos dados, porque não se está a aplicar as definições e metodologias convenientemente. Tanto o presidente como o corpo directivo não estão preparados nem com competência para comandar o INE”, exteriorizou, esperando que a tutela tome uma posição em vez de “se esquivar”.
Segundo o sindicalista Eliseu Tavares, cerca de um terço dos colaboradores mais experientes e mais antigos do INE participaram nesta manifestação, denunciando a situação reinante, para que o INE volte a ser “a referência que sempre foi” e à altura da sua importância e responsabilidade.
“O presidente do conselho administrativo do INE tentou passar, nesse programa televisivo, uma imagem de um INE que não existe. E esta manifestação é para contrariar tudo o que ele disse. Tentou, mas não conseguiu branquear a imagem que infelizmente o INE tem neste momento no mercado”, comentou, enunciando que a realidade espelha promessas não cumpridas e compromissos assumidos não realizados, entre outras situações.
A mesma fonte acusou ainda a tutela, na pessoa do vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, que se “comprometeu” na resolução dos problemas, de ter “abandonado” os trabalhadores.
“Estão agora sujeitos a assédio, à perseguição, e não há cumprimento dos próprios estatutos implementados desde 2021, e os trabalhadores mais experientes que conhecem bem a casa, estão neste momento marginalizados. Não vamos ficar por aqui, desencadeamos uma luta que é para continuar”, avisou.
SC/AA
Inforpress/Fim
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