Cidade da Praia, 16 Fev (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, desafiou hoje o inspector Renato Fernandes a apresentar provas de ilegalidades e corrupção, após a polémica sobre a carta de pedido de demissão apresentada à autarquia praiense.
“O posicionamento da câmara é que recebemos a carta”, confirmou Francisco Carvalho que desafiou o demissionário do cargo de director do Gabinete de Auditoria Interna na Câmara Municipal da Praia a anexar provas de indícios de um conjunto de ilegalidades e práticas de corrupção que disse existir na autarquia.
Francisco Carvalho considerou que o pedido de demissão é legítimo em democracia, mas advertiu que as pessoas não devem se esquecer de como as coisas começaram lembrando que começam sempre com um convite e uma missão.
“Não sei se o famoso inspector deve escrever carta, parece-me que ele deve fazer relatório como deve ser, com cabeça, tronco e membros, com anexar provas”, retorquiu.
Ainda questionado se vai recandidatar à presidência da Câmara Municipal da Praia respondeu que a sua equipa está é sim a preparar para voltar a ganhar as eleições na Praia, sustentando que é esta a vontade do povo.
Renato Fernandes, que foi requisitado na Inspecção-Geral das Finanças (IGF) para prestação de serviços na câmara da Praia em finais de 2021, adiantou na carta que informações indicam que a autarquia da capital está “completamente desorganizada, imersa em um ambiente de corrupção e enfrentando sérios problemas financeiros”.
Adiantou, de entre as alegadas irregularidades, o caso de um empréstimo obrigacionista, cujo processo de solicitação de financiamento foi conduzido pela secretária municipal, e o estudo/projecto foi elaborado pelo INPS, sem intervenções da Direcção Financeira e do Gabinete Jurídico da Câmara Municipal da Praia.
Mencionou ainda na carta “indícios claros de simulação de concursos” e “montagem de esquemas” para favorecer determinadas empresas ou fornecedores de bens e serviços, da “adjudicação de obras directamente a determinadas empresas, sem realizar quaisquer procedimentos”, dos quais contratos, ou acordos são celebrados entre a câmara da Praia e essas empresas.
ET/AA
Inforpress/Fim
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