São Filipe, 20 Ago (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal dos Mosteiros, Fábio Vieira, disse hoje que na reconstrução da escola de Ribeira Ilhéu não houve aumento do orçamento e muito menos derrapagem financeira.
Fábio Vieira, que convocou a imprensa para reagir às acusações do deputado do Movimento para a Democracia (MpD) e porta-voz do Conselho Regional, Filipe Santos, disse que por se tratar de um projecto particular que contou com o cofinanciamento de várias instituições e de um grupo de emigrantes, a câmara decidiu aplicar toda a verba recebida na edificação da escola, adaptando o projecto inicial às reais necessidades e expectativas da comunidade educativa local.
A adaptação do projecto resultou, segundo o mesmo, numa “escola moderna, imponente, inclusiva e sustentável” com mais salas de aula, sala de informática, refeitório, mais casas de banho e que reúne as condições modernas para o processo de aprendizagem e lembrou que a construção da mesma ocorreu num contexto em que os preços dos materiais de construção aumentava quase que diariamente.
Para Fábio Vieira, a “saga” do MpD em atacar as instituições da República e sobretudo as câmaras municipais lideradas pelo PAICV constitui uma “clara tentativa de desviar o foco sobre o estado da nação e a situação caótica por que passa o país”.
“Onde se tem verificado uma degradação acentuada e permanente das condições de vida dos cabo-verdianos, com o sector dos transportes indo de mal a pior, com o desemprego e a pobreza a galoparem sem precedentes e com os jovens a abandonarem, massivamente, o país por falta de oportunidades”, completou.
É nesta circunstância, acrescentou o edil dos Mosteiros, que surge o “pseudo-deputado” para tentar ofuscar a grandeza de uma das infra-estruturas educativas mais modernas do país e afirmou que “não tem sido fácil à oposição autárquica lidar com o sucesso e os feitos alcançados por esta edilidade num tão curto espaço de tempo”.
Segundo o mesmo, o sucesso alcançado tem originado uma “onda de desespero e mal-estar” no seio dos seus dirigentes e potenciais candidatos às próximas eleições autárquicas e afirmou que o deputado Filipe Santos, além de “incompetente e ingénuo, é incoerente e irresponsável” e tem demonstrado “falta de maturidade política e incompetência técnica” para debruçar sobre estas e outras questões.
“Desde que assumimos a administração deste município, temos pautado por uma administração transparente, rigorosa e responsável dos recursos públicos, e como já deve saber o deputado, as contas municipais são públicas e julgadas pelo Tribunal de Contas”, disse Fábio Vieira que esclareceu que a empreitada de reconstrução da escola de Ribeira Ilhéu seguiu todos os trâmites legais e que as despesas foram todas devidamente cabimentadas e introduzidas no SIGOF (Sistema Integrado de Gestão Orçamental e Financeira), o que demonstra “transparência, rigor e respeito escrupuloso pelas regras”.
“Não há intransparência, nem indícios de má-gestão e muito menos suspeitas de corrupção. Só quem não percebe da mecânica governativa e muito menos da administração pública é capaz de dizer um disparate desta natureza”, referiu Fábio Vieira, para quem a câmara não tem problemas em fornecer um balanço específico para a realização deste projecto e lembrou que Felipe Santos nunca teve a cultura de pesquisar e obter informações das instituições.
Com relação às acusações do deputado e porta-voz do Conselho Regional do MpD, o edil dos Mosteiros disse que a declaração está com o assessor jurídico e em caso de haver respaldo criminal poderá entrar com uma acção judicial para que ele esclareça onde há indícios de corrupção e de má gestão.
Por outro lado, disse que Mosteiros está em transformação e a educação vive os seus melhores dias, graças ao empenho, dedicação e capacidade de gestão desta vereação, que tem conseguido grandes feitos nestes últimos quatro anos, mesmo sem a parceria do actual governo.
Para Fábio Vieira, as intenções de Filipe Santos e da oposição são para desviar a atenção dos mosteirenses em relação aos ganhos de desenvolvimento alcançados e confundir a opinião pública e o eleitorado, com mais esta falácia, já que se aproxima do pleito eleitoral autárquico e onde poucos argumentos lhes sobram para convencer o eleitorado.
O edil dos Mosteiros aconselhou o deputado, caso esteja realmente interessado nas questões de transparência e ‘accountability’ a se pronunciar sobre o escândalo que tem sido a gestão dos fundos do turismo e do ambiente, onde há laivos de corrupção e gestão calamitosa dos recursos públicos, sobre o processo de concessão do antigo edifício dos TACV em São Filipe ao “compadre de um destacado membro do Governo”, sobre os casos de favorecimento e nepotismo na gestão dos recursos da Pró-garante e da Pró-capital, sobre o Estádio do Coco (Praia) entre outros.
Fábio Vieira negou a existência de dois contratos e afirmou que existia um acordo de princípios entre a câmara, Governo e os emigrantes para a criação de condições objectivas para a concretização do projecto que foi adaptado e com a ONG Luxemburguesa existe um contrato global de cerca de 120 mil contos que visa a requalificação de todo o parque escolar do município e que deste contrato global foram disponibilizadas cerca de 20 mil a 21 mil contos para a escola da Ribeira do Ilhéu.
JR/ZS
Inforpress/Fim
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