Fogo: Beneficiários de acções de formação dizem-se mais preparados para tirar proveito do sector da pecuária

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Fogo: Beneficiários de acções de formação dizem-se mais preparados para tirar proveito do sector da pecuária
18/07/24 - 01:13 pm

São Filipe, 18 Jul (Inforpress) – Os beneficiários de duas acções de formação ministradas no quadro da terceira edição da Festa do Queijo de Monte Grande consideraram, quarta-feira, 17, que estão mais preparados e capacitados para tirarem melhor proveito do sector da pecuária.

As acções de formação “Mulheres na transformação dos produtos derivados do leite e do queijo de cabra” destinada exclusivamente às mulheres, e “produção semi-intensiva de ruminantes” destinado aos criadores de gado foram encerradas na tarde de quarta-feira, 17, depois de três dias de aprendizado.

Isa Maria Cula Centeio e Eunice Gomes Timas, formandas da acção destinada às mulheres, afirmaram que o grupo de 25 mulheres saiu mais capacitado em matéria de transformação dos derivados do leite.

As duas confessaram que aprenderam “muitas coisas que desconheciam” como a produção de requeijão a partir do soro que antes era deitado fora, assim como a produção de queijo com recurso a coalho caseiro e enfeitado com mel, mancarra torrada e semente de caju.

Durante a formação aprenderam ainda a produzir queijo temperado e gratinado o que, segundo as mesmas, vai permitir a produção de outra tipologia de queijo para o mercado, assim como os cuidados de higiene que devem observar desde a produção até à comercialização.

Em relação à formação ligada à “produção semi-intensiva de ruminantes”, os criadores Silvestre Teixeira e Nilson Cabral afirmaram que a formação foi ao encontro das expectativas dos criadores.

“Já tivemos várias formações na área da pecuária e em outras áreas, mas desta vez foi mais aprofundado e adquirimos mais conhecimentos relativos à criação e à forma de cuidar dos animais, nomeadamente, a nível das doenças, pastos e forma de manobrar os animais. Vai ajudar na criação e ter mais produção e rendimento”, disse Silvestre Teixeira.

Esta ideia foi partilhada pelo criador Nilson Cabral que atribui grande importância à formação e espera que os criadores possam colocar todo o aprendizado na prática, quer na identificação das doenças como na manutenção dos currais em condições.

Para Pedro Matos presidente da Associação “Ka Djidja” (Casa Djidja, em português) entidade organizada da Festa do Queijo de Monte Grande as acções de formações tinham por objectivo materializar problemas identificados do ano passado, nomeadamente o bem-estar animal e a necessidade de se aproveitar todo o derivado do leite.

Com relação à capacitação das mulheres, Pedro Matos apontou que quando se produz o queijo o soro é deitado fora e que os pequenos criadores e a própria família, mesmo vendendo o queijo o rendimento só dá para manter o custo.

“Eles estavam deitando dinheiro e o que poderia ser o lucro da família fora ao não aproveitarem o soro” disse Pedro Matos que explicou que com a formação podem fazer requeijão, doce a partir do soro e produzir queijo em conserva e com outras receitas de modo a agregar valor.

A formação das mulheres foi um projecto financiado pela Cooperação Portuguesa e enquadra-se no projecto “género e inclusão”, referiu Pedro Matos que acrescentou que a Festa do Queijo trabalha com vários subprojectos.

Já a formação dos criadores de animais visava aprofundar o conhecimento prévio de como fazer as coisas que eles detêm, mas a forma como faziam colocava os seus próprios animais em risco.

Apontou, como exemplo, que quando um animal morre, na ausência de manual ou protocolo de procedimento deixa ao ar livre, mas durante a formação aprenderam que esta prática é incorrecta porque do animal morto saem mais bactérias que contaminam outros animais.

Segundo o mesmo, a formação foi um momento de interacção e permitiu aos criadores identificar falhas e problemas que precisam ser resolvidos e melhorados.

JR/HF

Inforpress/Fim

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