Fogo: Presidente da Afosol alerta para ano agrícola difícil e crítica “inação do poder público”

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Fogo: Presidente da Afosol alerta para ano agrícola difícil e crítica “inação do poder público”
08/08/25 - 12:31 pm

São Filipe, 08 Ago (Inforpress) – O presidente da Associação de Desenvolvimento do Fogo (Afosol) alertou hoje para um cenário agrícola “sombrio” na ilha, que poderá ser ainda mais crítico do que em 2020, criticando a falta de acção das autoridades locais e nacionais.

Em declarações à Inforpress, Eugênio Veiga expressou a solidariedade de Afosol com a população da ilha e do país, mas deixou claro que a responsabilidade de garantir a segurança alimentar e proteger o sector agropecuário cabe principalmente ao Estado e às câmaras municipais.

“A Afosol normalmente está sempre solidária com a população no seu todo, a população do Fogo e a população cabo-verdiana, mas acho que é responsabilidade do poder público, das câmaras municipais e do governo, a elaboração de planos para fazer face a eventual mau ano agrícola”, afirmou.

Segundo o dirigente da Afosol, o poder público tem falhado na resposta aos desafios do sector agrícola, mostrando-se mais interessado em “sonhar do que viver a realidade”.

Eugénio Veiga recordou que a campanha de 2020 só foi salva por um “milagre” e que as perspetivas para este ano, devido à escassez de chuvas, são ainda piores.

O responsável lamentou ainda que um importante acordo de cooperação previsto para o 2020 acabou por não se concretizar, aparentemente devido à falta de diálogo entre o poder local e a associação.

“Tínhamos um contato e uma data marcada para a celebração do acordo, que não se concretizou, porque, o poder local terá dito que não havia diálogo, e assim recebemos uma resposta negativa”, referiu.

O presidente da Afosol apelou às autoridades para que assumam as suas responsabilidades e mobilizem os recursos disponíveis para evitar o colapso do sector agropecuário, nomeadamente com projectos de emergência para salvamento do gado.

“Se o poder local não estiver interessado, não é a Afosol, que não ganha nada com isso, que vai se preocupar. Eles devem ter experiência suficiente, devem ter recursos suficientes para, pelo menos, montar um projecto de salvamento de gado na sua totalidade”, afirmou ao ser questionado se tem algum projecto à semelhança de 2020 para salvamento de gado.

Com poucas chuvas registadas até agora e apenas uma pequena parcela do território dos Mosteiros afectada por chuviscos esporádicos, Eugênio Veiga não esconde o pessimismo, “se continuar assim, será pior do que em 2020. As perspectivas são sombrias”.

JR/CP

Inforpress/Fim

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