Fogo: Operação de desmantelamento e remoção do navio Deimos estimada em 1,7 milhões de euros – ministro do Mar

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Fogo: Operação de desmantelamento e remoção do navio Deimos estimada em 1,7 milhões de euros – ministro do Mar
17/12/24 - 05:08 pm

São Filipe, 17 Dez (Inofpress) – A operação de desmantelamento e remoção do navio Deimos, encalhado desde 13 de Novembro de 2020 nas proximidades do porto de Vale dos Cavaleiros, está estimada em 1,7 milhões de euros, disse o ministro do Mar.

Jorge Santos, que se inteirou hoje do processo de desmantelamento do navio na companhia dos responsáveis do Instituto Marítimo Portuário (IMP), da empresa especializada na remoção e desmantelamento de navios e da Enapor disse que a operação prossegue com um custo estimado em 1,7 milhões de euros e inclui duas fases principais, sendo a primeira iniciada em Outubro de 2024 e concluída agora.

De acordo com o cronograma, o trabalho será temporariamente interrompido agora devido às condições meteorológicas adversas esperadas na baía do porto de Vale dos Cavaleiros e será retomado em Março de 2025, com conclusão prevista para Junho do mesmo ano de modo a devolver a normalidade ao porto de Vale de Cavaleiros.

O ministro do Mar disse que a ocorrência do naufrágio do navio Deimos em 2020 no porto de Vale de Cavaleiros tornou-se um marco de desafios para Cabo Verde e envolveu questões de segurança, impactos ambientais e uma operação técnica inédita no país e que o processo avança para a sua fase final, trazendo novas perspectivas para a navegabilidade e preservação ambiental na região.

O acidente marítimo desencadeou uma série de acções conduzidas pelo Instituto Marítimo Portuário (IMP), que desde o início tomou medidas legais e técnicas para normalizar a situação, referiu o ministro do Mar, que referiu que actualmente a operação de desmantelamento e remoção do Deimos segue num “bom ritmo”.

Com relação a um possível impacto ambiental e prevenção de riscos de poluição do ambiente marinho, Jorge Santos afirmou que, desde o início, a prioridade foi evitar riscos de poluição, através de uma limpeza inicial para retirada dos materiais poluentes, como cimento, óleos e combustíveis, que poderiam causar danos ao ecossistema marinho.

“É uma operação mecânica, mas com risco controlado e limitado”, disse o titular da pasta do Mar que assegurou que as autoridades têm a situação sob controlo.

Segundo o mesmo, o esforço não é apenas para reforçar a segurança e a navegabilidade no porto, mas reflecte o compromisso de Cabo Verde com a preservação ambiental.

“Estamos aqui para testemunhar um acto importante, que simboliza prevenção, segurança e cuidado com o meio ambiente marinho”, declarou Jorge Santos que sublinhou que este é um processo que não termina aqui.

“O Governo já fez um levantamento, através do Ministério do Mar, a nível nacional e temos vários navios fundeados e afundados, que criam problemas de segurança ambiental ao nível das baías de Porto Grande (São Vicente), da Cidade da Praia, da Boa Vista, do Sal e que carece de um trabalho idêntico”, disse o ministro do Mar que lembrou que essas embarcações representam ameaças à segurança e ao ambiente e demandam operações semelhantes.

“2025 será o ano em que lançaremos uma grande campanha de limpeza e de remoção dos obstáculos que existem e que causam dificuldades de navegabilidade, segurança, e que influenciam o meio ambiente”, avançou Jorge Santos que reforçou o compromisso do país com mares mais limpos e navegáveis.

Jorge Santos destacou a liderança do Governo de Cabo Verde nesse processo, trabalhando em colaboração com seguradoras e parceiros internacionais. Apesar das dificuldades técnicas, legais e ambientais, o sucesso na remoção do Deimos marca um precedente positivo para operações futuras.

“Esta é uma operação única, a primeira desse tipo em nossos portos, e demonstra a capacidade técnica e organizacional de Cabo Verde. Com cautela jurídica e respeito pelo mar, estamos liderando um caminho para mares mais seguros e sustentáveis”, concluiu o ministro.

O ministro do Mar e a delegação que o acompanhou efectuou uma visita guiada até junto dos restos do Navio Deimos e na plataforma utilizada para suporte à operação de desmantelamento e remoção do navio.

Informações avançadas pelos técnicos da empresa holandesa dão conta de que cerca de 60 por cento (%) dos trabalhos de desmantelamento e remoção estão concluídos e que na plataforma estão depositadas 800 toneladas de materiais (ferros velhos e outros) removidos do navio.

Os equipamentos, nomeadamente plataforma flutuante com 91 metros de comprimento e 27 de largura e o uso de um rebocado com 31 metros de comprimento da empresa holandesa Koole Contractors, especializada no resgate e desmantelamento de embarcações vão ser deslocalizados hoje para São Vicente para regressar em meados de Março de 2025 para a conclusão do processo.

JR/ZS

Inforpress/Fim

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