
São Filipe, 23 Out (Inforpress) - O projecto conjunto das Nações Unidas para o envolvimento da participação do setor privado na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas ilhas do Fogo e Brava foi encerrado com resultado considerado “altamente positivo”.
A cerimónia de encerramento do projecto, que teve a duração de um ano, contou com intervenções de Adelaide Ribeiro, representante do PNUD, e Rui Levy, representante da UNIDO.
Ambos sublinharam o impacto transformador da iniciativa no desenvolvimento local e na promoção do empreendedorismo sustentável.
Na sua intervenção, Adelaide Ribeiro destacou a importância de trazer o sector privado para o centro da agenda municipal e acrescentou que tal iniciativa faz diferença para a agenda local dada a importância da participação do sector privado na localização dos ODS.
A representante do PNUD apontou que as empresas das ilhas do Fogo e Brava desempenharam um papel essencial na concretização de metas relacionadas à erradicação da pobreza (ODS 1), trabalho digno e crescimento econômico (ODS 8) e acção climática (ODS 13).
No entanto, reconheceu que ainda há desafios a superar, especialmente no que diz respeito à parceria entre sectores (ODS 17).
“A proposta de criação de uma plataforma de diálogo intermunicipal com o sector privado poderá fortalecer a participação empresarial e inspirar outros municípios a adotarem mecanismos semelhantes”, considerou Adelaide Ribeiro.
Por sua vez, o representante da UNIDO, Rui Levy, enalteceu o carácter inovador e colaborativo do projecto, implementado desde Novembro de 2024 em parceria com o Governo e os quatro municípios das ilhas do Fogo e Brava.
“Este foi um projecto de natureza ambiciosa, colocando o sector privado no centro do desenvolvimento municipal e reconhecendo o seu papel como actor crítico na concretização dos ODS, especialmente nas áreas de transformação digital e sistemas alimentares”, afirmou.
Rui Levy destacou ainda os resultados concretos alcançados pela componente executada pela UNIDO, nomeadamente a criação da incubadora regional “Fogo e Brava Innovation Lab”, agora legalmente constituída e certificada pela Pró-Empresa.
Entre os principais resultados, apontou a incubação de 40 empreendedores, dos quais 27 já graduados e com planos de negócios, 12 projectos finalistas e sete premiados.
Isto além do acompanhamento de oito micro e pequenas empresas locais, com mais de 220 acções de melhoria, desde a criação de manuais de gestão até à adopção de ferramentas digitais.
“Esses resultados representam mais do que metas atingidas, representam uma mudança estrutural, institucional e humana”, enfatizou o representante da UNIDO, acrescentando que o encerramento do projecto marca “um ponto de viragem, e não um ponto final”.
O encerramento do projecto simboliza “um avanço significativo” no fortalecimento do ecossistema de inovação nas ilhas do Fogo e Brava.
O “Fogo e Brava Innovation Lab” surge como um instrumento estratégico para impulsionar o empreendedorismo local, promover a inclusão produtiva de jovens e mulheres e reforçar a ligação entre o sector público, o privado e a sociedade civil no alcance dos ODS em Cabo Verde, referiu Rui Levy.
JR/AA
Inforpress/Fim
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