São Filipe, 10 Set (Inforpress) – A situação agrícola na ilha do Fogo “é preocupante” devido à ausência de chuvas e dois terços das culturas estão sob condições de stress hídrico, disse o delegado do Ministério da Agricultura e Ambiente, Estevão Fonseca.
A mesma fonte disse que o problema de stress hídrico é mais visível nos municípios de São Filipe, tanto a norte como a sul, e em Santa Catarina, onde as plantas “apresentam sinais claros de falta de água”.
Apenas no município dos Mosteiros a situação “é mais favorável”, com culturas mais desenvolvidas graças à ocorrência de chuvas mais regulares, mas neste momento os agricultores deparam com a presença de praga de lagarta-do-cartucho-do-milho.
“Há zonas da ilha onde praticamente ainda não choveu. As plantas estão pequenas e já começam a dar sinais de stress hídrico”, disse o delegado, que sublinhou que ainda não se regista um ataque “severo” de pragas.
Contundo, assinalou, o Ministério da Agricultura e Ambiente “está atento a esta situação” e já dispõe de equipa técnica no terreno para apoiar os agricultores.
Apesar da adversidade climática, o ministério encontra-se no terreno a avaliar a situação e a recolher dados com o apoio do Serviço Meteorológico, com vista a um posicionamento nos próximos dias, mas Estevão Fonseca destacou que já existe uma planificação prévia para responder a diferentes cenários, dependendo da evolução das condições climáticas.
Reconhecendo os desafios enfrentados por agricultores e criadores e a necessidade de maior aproximação para responder às reivindicações, o Governo decidiu reforçar a presença institucional do o Ministério da Agricultura e Ambiente nos municípios dos Mosteiros e Santa Catarina do Fogo.
Nos Mosteiros, avançou o delegado, já se iniciaram as obras de reabilitação do espaço para a instalação da delegação do ministério, que passará a dispor de serviços técnicos para responder às demandas.
“A maior parte dos agricultores são também criadores. Por isso, não se trata apenas da componente agrícola de sequeiro, mas também da pecuária, que tem grande expressão na ilha do Fogo”, sublinhou o delegado.
A delegação do o Ministério da Agricultura e Ambiente tem em curso uma campanha de desparasitação gratuita de ruminantes, com acções já realizadas em São Filipe e Santa Catarina e outras programadas para esta semana nos Mosteiros.
A assistência técnica também tem sido disponibilizada sempre que solicitada, embora a carência de técnicos veterinários e agrónomos ainda seja uma limitação.
Neste momento, a ilha conta com dois técnicos veterinários em São Filipe e apoio de técnicos privados, mas o reforço está em curso, com a contratação de novos profissionais prevista para os Mosteiros e Santa Catarina.
“Queremos garantir uma presença institucional com capacidade técnica para responder às necessidades concretas da nossa realidade agrícola e pecuária”, finalizou Estevão Fonseca.
JR/AA
Inforpress/Fim
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