FAO defende planeamento sobre construções nas orlas marítimas face aos efeitos das alterações climáticas

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FAO defende planeamento sobre construções nas orlas marítimas face aos efeitos das alterações climáticas
08/05/24 - 01:19 pm

Cidade da Praia, 08 Mai (Inforpress) - A responsável do programa da FAO, Katya Neves, defendeu hoje a necessidade de Cabo Verde ter um “bom planeamento”, adaptações necessárias e de acautelar os efeitos das mudanças climáticas e interferências nos investimentos nas orlas marítimas no país.

Esta responsável fez estas afirmações à imprensa, à margem do workshop de apresentação de resultados do projecto da FAO “Reforçar as capacidades de Cabo Verde na abordagem dos efeitos das alterações climáticas em sectores-chave da Economia Azul", nomeadamente pescas aquacultura, turismo e energia, realizado esta quarta-feira.

Conforme disse, o projecto foi implementado com o objectivo de apoiar o Governo a integrar plenamente as questões climáticas na Economia Azul e na implementação das prioridades definidas nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês) e no Programa Nacional de Adaptação (NAP, na sigla em inglês).

“Aqui vamos validar com os técnicos todo o trabalho de consultas e o trabalho que já foi feito, portanto não só a nível da formulação do plano de investimento climático, mas também da estratégia do plano de capacitação necessários para que os sectores estejam melhores preparados. E o próximo passo deste ateliê será apresentar documentos para o Comité de Pilotagem do projecto”, indicou, informando que se trata de um projecto de quase meio milhão de dólares (cerca de 50 mil contos).

Katya Neves frisou que Cabo Verde no futuro terá aumento do nível do mar por causa dos efeitos das alterações climáticas e será mais suscetível a eventos extremos como secas ou chuvas mais torrenciais para além de outros efeitos de maior incidência.

Defendeu, neste sentido, que para isso Cabo Verde terá que se preparar para tentar adaptar e poder mitigar esses efeitos das mudanças climáticas, que virão no futuro, lembrando que o arquipélago é composto por ilhas e é um país saheliano.

“Cabo Verde terá que preparar as suas infraestruturas, estão essencialmente nas zonas costeiras (…), portanto, preparar em termos de planeamento, formação, sensibilização e capacitação das pessoas e de criar mecanismos para poder não só mitigar como dar respostas”, apontou.

A responsável do programa da FAO considerou, neste contexto, que há necessidade de um “bom planeamento” e de acautelar os efeitos que as alterações climáticas terão nos países vulneráveis, realçando que as construções nas orlas marítimas devem ser feitas tendo em conta o eventual aumento do nível do mar.

Em Março de 2022, Cabo Verde lançou o seu primeiro projecto ‘Readiness’ financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês) denominado “Reforçar as capacidades de Cabo Verde na abordagem dos efeitos das alterações climáticas em sectores-chave da Economia Azul”. 

Ao longo de dois anos, o projecto abordou as vias de impacto negativo da subida do nível do mar, aumento da temperatura da água, eventos climáticos extremos, a acidificação oceânica e alterações na distribuição de peixe e biomassa que, segundo as projeções, irão afectar os ecossistemas marinhos e costeiros.

Igualmente, apoiou activamente no reforço das capacidades das partes interessadas para compreender e abordar os efeitos das alterações climáticas no país, nomeadamente através da preparação de uma série de resultados-chave, com a participação ativa e envolvimento no processo activo de todas as partes interessadas.

CM/CP

Inforpress/Fim

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