Cidade da Praia, 30 Jul (Inforpress) - O presidente da Juventude do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (JPAI) considerou hoje que o balanço do Estado da Nação em matéria da juventude é de “um autêntico fracasso” com a governação do MpD.
Fidel de Pina fez estas considerações hoje, em conferência de imprensa, na cidade da Praia, por ocasião do Debate sobre o Estado da Nação, em matéria da Juventude.
Este responsável disse que a JPAI está preocupada com a situação dos jovens cabo-verdianos, sobretudo os do meio rural e cidades, e a degradação do país em quase todos os sectores, particularmente da juventude, com
“destruição de 19 mil postos de trabalho”, acusando o primeiro-ministro de esquecimento dos compromissos assumidos.
Com isto, assegurou que o quadro actual do desemprego jovem no país é “muito preocupante”, em que “mais de 15 mil jovens estão desempregados e mais de 46 mil sem emprego e sem frequentar” um estabelecimento de ensino ou de formação.
Assim considerou, neste particular, que estes números confirmam, por um lado, a quantidade de “jovens desperdiçados”, e, por o outro lado, “o número elevadíssimo" de jovens que estão numa situação de vida "muito complexa e com falta de oportunidades", o que, sintetizou, explica essa “emigração massiva e fuga de cérebros quase forçada” para o exterior.
Apontou ainda que a juventude cabo-verdiana continua ainda “apoquentada pela exploração e precariedade laboral, baixos salários e o elevado custo de vida”, que impedem os jovens de alcançar a sua independência e que também motivam a sua saída do país.
“Não se compreende que o Ulisses Correia e Silva e o seu Governo se tenham afastado do compromisso firmado com os jovens, de priorizar as políticas públicas de promoção do emprego e da empregabilidade, de igualdade de oportunidades económicas e de salário digno, contrariamente ao que prometeu nas campanhas eleitorais”, referiu.
Fidel de Pina realçou ainda que há um “aumento exponencial” do consumo de drogas no seio da juventude, para “abafar o desânimo e as frustrações” que enfrentam neste país.
Vincou ainda o “crescente número de jovens a verem o suicídio como a única saída”, devido, sintetizou, a vários factores combinados que podem estar subjacentes a “essa crise e triste realidade do suicídio juvenil” no país, como os “problemas de saúde mental, essencialmente, a depressão, ansiedade e a esquizofrenia”.
Referiu ainda que o bullying, o abuso de substâncias tóxicas, os problemas de foro familiar, o desemprego juvenil, a falta de acesso a serviços de saúde mental adequados, a pressão social e familiar, a falta de perspetivas de futuro e a marginalização de certos grupos dentro da sociedade constituiem também outros factores do suicídio na juventude.
DG/AA
Inforpress/Fim
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