Cidade da Praia, 31 Jul (Inforpress) – A União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) considerou hoje que Cabo Verde precisa de “mais atenção e cuidado” e com uma governação “comprometida com o desenvolvimento integral” do país e o “bem-estar dos seus cidadãos”.
A afirmação foi feita pelo deputado João Santos Luís, no seu discurso de abertura do debate sobre o Estado da Nação, o último desta legislatura.
“Cabo Verde precisa de mais atenção e cuidado”, afirmou, justificando que esta realidade é “sentida diariamente nos lares, nas ruas das cidades, ribeiras e cutelos, em todas as ilhas”.
Para este partido, os desafios “profundos e estruturais” enfrentados pelos cabo-verdianos “não podem continuar a ser ignorados”.
De entre as principais preocupações do seu partido, João Santos Luís apontou o “drama nacional da política de transporte, contratos desfavoráveis e conectividade entre ilhas deficiente” que, segundo o mesmo, “prejudicam seriamente a coesão territorial”.
“Viajar dentro do nosso próprio país permanece caro, demorado e imprevisível. É lamentável que, em pleno século XXI, esta realidade continua a ser vivida pelos cabo-verdianos”, lamentou.
O parlamentar criticou ainda “a burocracia, o difícil acesso ao crédito, os altos custos e a falta de incentivos no sector privado”, além de uma “carga tributária excessiva” que limita o crescimento económico e a competitividade.
Na Saúde, destacou a crise causada pela “falta de recursos humanos e materiais, com hospitais frequentemente sem medicamentos essenciais”, além de lamentar “a deficiência no saneamento básico”.
Na mesma linha, a UCID contestou que a Educação “permanece desfasada das exigências atuais e futuras”, com “falta de qualidade, valorização efectiva dos professores” e um currículo alinhado à realidade nacional e às necessidades do mercado.
“A economia nacional continua a crescer abaixo do seu potencial, carecendo urgentemente de dinamismo, inovação e inclusão”, acrescentou.
Entretanto, afirmou que a UCID tem propostas concretas para mudar este cenário, defendendo “reformas profundas” e uma “governação mais humana e próxima das pessoas”.
Entre as prioridades apontadas, estão o investimento nos transportes e na conectividade inter-ilhas, a dinamização do sector produtivo, a reforma dos sistemas de Saúde e Educação, a melhoria do saneamento básico e da economia verde, bem como a garantia de segurança e de um sistema judicial eficiente.
ET/AA
Inforpress/Fim
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