Especialista pede “implementação urgente” da oncogenética para diagnóstico e prevenção do cancro hereditário

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Especialista pede “implementação urgente” da oncogenética para diagnóstico e prevenção do cancro hereditário
24/10/25 - 01:18 pm

Cidade da Praia, 24 Out (Inforpress) – A oncologista e directora do Serviço de Oncologia, Hirondina Spencer, pediu hoje a “implementação urgente” da oncogenética em Cabo Verde, face à “elevada incidência” do cancro da mama em mulheres jovens, visando diagnóstico precoce e prevenção.

“O objetivo é implementar essa consulta, essa técnica, no nosso país, para que possamos investigar, porque sabemos que 10% dos cancros da mama estão relacionados com cancro hereditário”, afirmou a especialista, na cidade da Praia.

Hirondina Spencer falava à Inforpress à margem do evento "Outubro Rosa, com foco no diagnóstico, tratamento e genética do cancro de mama”, promovido pelo Hospital Universitário Agostinho Neto.

Segundo explicou, a oncogenética é uma área que intervém junto de pacientes e familiares com antecedentes de doenças oncológicas, com o propósito de identificar se a doença tem relação com o cancro hereditário.

Daí Hirondina Spencer defender, igualmente, a necessidade de “aumentar a literacia da população e dos profissionais de saúde sobre o cancro hereditário”, bem como de “criar estratégias de diagnóstico precoce, rastreio e medidas de prevenção” para reduzir o risco em grupos de maior predisposição genética.

A especialista, que também ministrou a palestra sobre os “Desafios da implementação da oncogenética em Cabo Verde”, indicou como principais obstáculos o custo elevado dos testes genéticos, a escassez de recursos humanos e materiais” e a necessidade de aperfeiçoar as infraestruturas laboratoriais e garantir a sustentabilidade financeira do projeto.

A médica recordou que Cabo Verde dispõe já de um laboratório de biologia molecular em funcionamento, mas que é necessário reforçar os meios técnicos e financeiros, contando com o apoio do Instituto Português da Oncologia (IPO) do Porto para formação e implementação da consulta de risco familiar.

“Se traçarmos medidas preventivas, conseguimos reduzir o risco de os pacientes com predisposição hereditária virem a desenvolver a doença”, concluiu.

TC/AA

Inforpress/Fim

 

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