Cidade da Praia, 17 Fev (Inforpress) - O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e o ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, não fizeram qualquer referência à questão dos transportes nos discursos do lançamento da nova Marca Turística do Destino Cabo Verde.
A nova Marca Turística do Destino Cabo Verde, cujo objectivo é reforçar a promoção do destino turístico cabo-verdiano, foi lançada este sábado, numa cerimónia realizada na Fortaleza Real S. Filipe, na Cidade Velha. Entretanto, o acto aconteceu no momento em que os transportes Inter- ilhas passa por mais uma situação de crise com a única aeronave da transportadora inter-ilhas de Cabo Verde (TICV – Bestfly Cabo Verde) a avariar duas vezes em menos de uma semana, deixando dezenas de pessoas em terra.
A primeira avaria aconteceu no sábado passado e o problema, de acordo com informações veiculadas na imprensa, teve a ver com os pneus. A segunda ocorreu esta quinta-feira, 15, com as informações a apontarem para um problema de vazamento de combustível da asa direita do avião, que se encontrava estacionado no aeroporto Amílcar Cabral, na ilha do Sal.
A companhia teve de alugar um voo da TACV - Cabo Verde Airlines (actualmente apenas com voos internacionais) para levar os técnicos para ilha do Sal para reparar o avião que retomou as operações na sexta-feira.
Nos seus discursos no lançamento da marca, tanto o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, como o ministro Carlos Santos destacaram a questão da diversificação e a pretensão do Governo em transformar cada ilha num destino turístico.
Ora para a diversificação do turismo e fazer com que as outras ilhas que não sejam Boa Vista e Sal a receberem turistas, como pretende o Governo, os transportes interilhas, tantas áreas e marítimas são fundamentais.
Os dois governantes nos seus discursos não fizeram uma única referência aos transportes nem internacional e nem inter-ilhas.
Os jornalistas ainda tentaram no fim da cerimónia alguma declaração a questão dos transportes e saber qual a alternativa para melhorar a questão da conectividade e mobilidade das pessoas interilhas, uma vez que o país tem, neste momento, uma companhia que tem único avião, mas o primeiro-ministro disse que já tinha dito tudo no discurso e o ministro alegou mal-estar devido ao luto em que se encontra neste momento.
Entretanto, o presidente do Instituto do Turismo, Humberto Lélis, numa conversa com os jornalistas momentos antes do início da cerimónia reconheceu que a diversificação turística leva também à questão do aprimoramento dos transportes aéreos, internacionais e domésticos, mas também do transporte marítimo.
“Eu defendo que nós não devemos ter uma abordagem estática. Os problemas estão identificados. E eu creio que vai-se trabalhar fortemente no sentido da estabilização e da maioria dos transportes aéreos, sobretudo da componente doméstica. Nós, enquanto Instituto de Turismo, obviamente, não é parte, não é competência nossa, mas tratamos de entidade que tem a responsabilidade da promoção turística e da governança operacional do turismo. Obviamente, tanto que é algo que nós queremos que seja resolvido”, disse.
A nova Marca Turística do Destino Cabo Verde, representado por um coração com cores vivas retratando as 10 ilhas de Cabo Verde, e que tem com embaixador do artista Dino d’Santiago é a identidade que capta a diversidade das ilhas e promove o país como destino turístico, simbolizando a morabeza, a origem, a história, a cultura e a autenticidade do povo cabo-verdiano.
Visa fortalecer a imagem do destino, captar novos nichos de mercado cada vez mais conscientes da qualidade do produto turístico e interessados em viver experiências ambientalmente sustentáveis, em comunhão com as comunidades locais e em que as famílias e empresas cabo-verdianas possam ser igualmente actores na cadeia de valor.
MJB/CP
Inforpress/fim
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