Cidade da Praia, 08 Abr (Inforpress) – A secretaria de Estado para Inclusão Social afirmou hoje que a criação e intervenção da Associação Nacional de Apoio a Pessoas com Deficiência no Ensino Superior e Profissional (ADESP-CV) complementa a acção do Governo na promoção da inclusão social.
Lídia Lima fez estas afirmações em declaração à imprensa à margem da cerimónia de apresentação da ADESP-CV realizada esta tarde, na Universidade Jean Piaget, realçando que esta iniciativa representa um marco importante no reforço das políticas de inclusão e equidade no acesso à educação superior e formação profissional em Cabo Verde.
O Governo, conforme realçou, está sempre aberto para apoiar as associações que lidam na área social com diversos públicos, nomeadamente na área dos cuidados.
“Nós já temos vindo a apoiar cerca de 12 associações a nível nacional com subvenções anuais e esta é uma associação de extrema importância para os estudantes universitários que deve merecer todo o apoio do Governo, de maneira que nós estamos abertos para apoiar também financeiramente a essa associação e também através dos seus projectos com outras intervenções”, indicou.
A governante salientou que o Governo tem vindo a conseguir alguns ganhos no sector, na área da deficiência, tanto nos diferentes domínios, na saúde, na educação, na protecção social.
“A protecção social tem vindo também a desempenhar um papel importante no desenvolvimento de acções que visam exactamente garantir os direitos das pessoas com deficiência através da atribuição da pensão social, do rendimento social de inclusão, através da inclusão produtiva para as famílias que têm crianças ou adolescentes e jovens com deficiência”, disse reconhecendo, no entanto, que ainda existem desafios a serem ultrapassados.
Acrescentou ainda que a estratégia nacional para as pessoas com deficiência prevê o reforço da concretização desses direitos das pessoas com deficiência, que será feito através do alargamento do sistema de protecção social, da expansão da rede dos centros de cuidados, de reabilitação e da criação de um sistema de sinalização e de intervenção precoce junto das crianças.
“As associações irão complementar esse trabalho do Governo, todos os projectos que o Governo tem em carteira, mas também através das suas acções na identificação das dificuldades, na identificação de novos projectos que são projectos importantes e prioritários, mas também através de acções mais concretas de sensibilização da nossa sociedade no seu todo”, ressaltou.
Defendeu, neste sentido, a necessidade de se trabalhar em sintonia com a sociedade através de acções de sensibilização para que todos estejam comprometidos com a inclusão das pessoas com deficiência no processo de desenvolvimento de Cabo Verde.
“Aqui é um trabalho social que nós temos de fazer, para além de todos os projectos em carteira e em curso, todos os planos que nós temos em implementação, aqui o trabalho conjunto da sociedade no seu todo é extremamente importante”, concluiu.
Por seu turno, a presidente da referida associação, Marilice Ramos explicou que a ADESP-CV surgiu da necessidade de responder às demandas e desafios que os estudantes com deficiência enfrentam no contexto académico e profissional.
“Sentimos na pele as dificuldades que tendem a engajar no ensino, falta de materiais, os alunos surdo sempre queixam de falta de comunicação com os professores, tem que estar sempre um intérprete, agora não temos o intérprete profissional, mas é uma colega nossa que aprendeu a língua gestual, as escolas não têm este suporte para os estudantes surdos”, apontou.
Adiantou que o objectivo principal é promover a inclusão e a acessibilidade de pessoas com deficiência, representar os interesses dos estudantes com deficiência do ensino superior e profissional e estimular o diálogo sobre acessibilidade e igualdade no ensino.
“Vamos criar projectos para que possamos ter financiamento, para que possamos dar, por exemplo, formações aos professores, às outras entidades de como vão se relacionar com pessoas com deficiência ou nas entidades também, de como será equipar, por exemplo, uma sala de aula que atende melhor a pessoas com necessidade, a formação que é essencial para que possam ter conhecimento de como lidar com tudo isto”, realçou.
CM/ZS
Inforpress/Fim
Partilhar