
Assomada, 09 Dez (Inforpress) – A secretária da CCAD, Raquel Lopes, alertou hoje para a crescente exposição dos jovens ao tabaco e aos novos produtos emergentes, defendendo um reforço da fiscalização e maior participação das famílias na prevenção e protecção dos menores.
Em declarações à Inforpress, a secretária da Comissão de Coordenação do Álcool e Outras Drogas (CCAD), explicou que o consumo de cigarros electrónicos, xixas e outros dispositivos entre adolescentes, tem vindo a aumentar no país, situação que considera “preocupante” devido à facilidade de acesso e à percepção errada de que estes produtos são menos nocivos.
A responsável falava à margem da capacitação dirigida aos agentes fiscalizadores sobre a nova Lei do Tabaco, acção enquadrada nos resultados do estudo aplicado em Cabo Verde a jovens entre os 13 e os 15 anos.
Conforme avançou, os dados mostram que 6,6% dos adolescentes já utilizam novos produtos do tabaco, enquanto 10,5% consomem tabaco tradicional, e 13% estão expostos ao fumo passivo, sobretudo no ambiente familiar.
“O fumo de segunda mão continua a vir de pais e encarregados que fumam diante dos seus educandos. É no seio da família que a prevenção deve começar”, sublinhou.
Para responder ao cenário, a CCAD está a capacitar a Polícia Nacional e as polícias municipais, visando fortalecer a aplicação da nova Lei do Tabaco e melhorar o controlo do consumo em espaços públicos e privados.
A legislação, aprovada em 2022, reforça a proibição de fumar em ambientes fechados e estabelece regras específicas para os dispositivos electrónicos e outros produtos emergentes.
Raquel Lopes destacou ainda que a CCAD tem desenvolvido acções de sensibilização em várias ilhas, com intervenções em escolas e comunidades, cuja intenção, segundo aquela responsável, é estender a socialização da lei e os resultados do estudo a todo o país, reforçando o trabalho preventivo com jovens e com entidades fiscalizadoras.
Apesar de algumas instituições demonstrarem menor disponibilidade, garantiu que há cada vez mais associações comunitárias, ONG e activistas sociais envolvidos na causa, incluindo ex-consumidores que hoje contribuem para acções de prevenção.
“Este não é um trabalho exclusivo da Comissão. Precisamos de todos os parceiros para proteger os nossos jovens”, concluiu.
DV/ZS
Inforpress/Fim
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