Colmeia pede estimulação precoce de meninos com espectro de autismo para melhorar inserção socioprofissional (c/áudio)

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Colmeia pede estimulação precoce de meninos com espectro de autismo para melhorar inserção socioprofissional (c/áudio)
01/04/24 - 12:38 pm

Cidade da Praia, 01 Abr (Inforpress) – A presidente da Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia) defendeu hoje a necessidade de estimulação precoce de meninos com espectro de autismo visando melhor inserção socioprofissional dos mesmos.

Em entrevista à Inforpress, a propósito do Dia Internacional de Conscientização do Autismo, que se celebra na terça-feira, 02, Isabel Moniz reiterou que falhas em políticas públicas no serviço de intervenção precoce em Cabo Verde têm dificultado o estímulo às crianças com espectro de autismo.

Assim, pediu uma vez mais aos poderes públicos um trabalho neste sentido, assegurando que a Colmeia tem ao longo dos anos dado a sua contribuição com atendimento de crianças que frequentam o jardim, mas também aos meninos nas escolas.

“Temos 29 por cento (%) de população que precisa de algum tipo de resposta e só a Colmeia não consegue dar resposta”, precisou a mesma fonte.

“O nosso papel não devia ser de executar, mas sim de complementar, mas neste momento estamos a executar respostas”, reforçou Isabel Moniz.

A mesma fonte considerou que desde bebé é necessária uma intervenção por meio de vários especialistas, como fonoaudiólogo, para trabalhar a terapia de fala, neuropsicólogos, psicólogos, fisioterapeutas, serviço social e terapia ocupacional, por exemplo, para atender a população com espectro de autismo.

“Mas também para atender a população com outro tipo de deficiência e pessoas que podem contrair doenças de movimento ou outros tipos, como AVC, ou alguém que pode sofrer acidente de carro ou mesmo acidentes de trabalho. Que estas especialidades trabalhassem dando resposta a toda a população que precisa de resposta a nível de habilitação e reabilitação”, precisou.

Ou seja, segundo Isabel Moniz, é preciso trabalhar por faixa etária, pois, sustentou, quanto mais cedo se reabilitar meninos melhores resultados estes terão, quer na escola, quer também em convivência no dia-a-dia.

“Porque o autismo neste momento cientificamente não é considerado uma deficiência, de modo que se trabalharmos desde cedo em ter essas respostas, naturalmente teremos melhores resultados, teremos meninos aptos, e inseridos sócio-profissionalmente, que é o nosso objectivo”, acrescentou.

Conforme a presidente da Colmeia, não há nenhuma resposta para um país melhor do que preparar um ser humano para ser apto, melhorando a sua qualidade de vida.

Daí que, informou, é neste âmbito que a Colmeia está a organizar uma marcha na terça-feira, 02, para assinalar o Dia Internacional da Conscientização do Autismo, que antecede a entrega de petição pública na Assembleia Nacional, prevista para 16 de Abril, que visa a melhoria de direitos e condições de pessoas com deficiência, para conseguir mais assinaturas da população.

“Pedimos às pessoas para aderirem a marcha, vestindo uma peça azul que simboliza o autismo, porque qualquer um de nós podemos precisar um dia. Para levarem os bilhetes de identidade e assinarem a petição porque se juntarmos seremos mais fortes”, apelou.

Também no dia 16 de Abril, a Colmeia completa o seu décimo aniversário de criação, com o objetivo principal de promover e criar condições para que as crianças e jovens com deficiências possam crescer cada vez mais integrados e engajados na sociedade.

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2007 com o propósito de levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito contra os indivíduos que apresentam o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal.

ET/AA

Inforpress/Fim 

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