Cidade Velha, 26 Jun (Inforpress) – A presidente do IPC destacou hoje a importância da conjugação das comemorações dos 50 anos da independência com o 16.º aniversário da elevação da Cidade Velha a Património Mundial para o sector do património cultural de Cabo Verde.
Ana Samira Baessa fez estas considerações na abertura da conferência intitulada “50 Anos de Independência: Um olhar sobre a Cidade Velha - Da recuperação à busca pelo desenvolvimento sustentável”, no âmbito das comemorações do 16.º aniversário da elevação da Cidade Velha a Património Mundial.
A presidente do Instituto do Património Cultural (IPC) sublinhou que a Cidade Velha tem sido, ao longo dos anos, um “espaço de excelência” para a investigação, reabilitação e valorização do património cabo-verdiano.
Fez saber que a sua recuperação tem sido uma prioridade desde o período pós-independência, tendo sido desenvolvidos diversos projectos estruturantes, desde a reabilitação de monumentos e bairros históricos até à melhoria dos instrumentos de gestão do sítio.
Ana Samira Baessa destacou a relevância de dois planos fundamentais: o Plano Detalhado de Salvaguarda, com mais de 30 anos, que orienta a protecção e o desenvolvimento da Cidade Velha com um horizonte de 25 anos, e o Plano de Gestão até 2030, resultado de um trabalho multidisciplinar e com a participação activa da comunidade local.
Defendeu ainda uma nova abordagem de gestão do património, que encare a Cidade Velha como uma paisagem urbana viva, conciliando a protecção do património com o desenvolvimento sustentável, de forma a responder às aspirações da comunidade local.
Entre os desafios urgentes, Ana Samira Baessa mencionou o domínio urbanístico e habitacional, e a necessidade de criar espaços de lazer e projetos que promovam o envolvimento comunitário.
A presidente do IPC fez questão de salientar o papel essencial dos jovens na dinamização da Cidade Velha, apelando à sua participação activa. Deu como exemplo a ausência de fotógrafos locais que pudessem aproveitar o fluxo turístico, criando oportunidades de negócio e promoção cultural.
Por sua vez, a vereadora da Cultura e Património, da Câmara Municipal da Ribeira Grande de Santiago, Maria Monteiro, enalteceu as conquistas da Cidade Velha nos 50 anos da independência, referindo a sua evolução económica, cultural como as suas dinâmicas socioculturais.
Maria Monteiro reconheceu também o “engajamento da população no compromisso colectivo com a preservação, conservação e promoção da Cidade”.
“A preservação deste património não pode ser encarada como um esforço isolado, mas sim como uma missão partilhada entre instituições, comunidades, e os sectores público e privado, para que possamos mantê-lo”, concluiu.
JBR/CP
Inforpress/Fim
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