Mindelo, 17 Out (Inforpress) – A Autoridade Reguladora para a Comunicação Social (ARC) fez hoje, no Mindelo, o lançamento do Centro de Verificação de Factos (Fact-checking), cujo funcionamento está previsto para o mês de Dezembro.
A criação do Centro de Fact-checking, que tem como função verificar a veracidade dos conteúdos publicados e contribuir para a literacia mediática e o reforço da democracia, conta com o suporte do Escritório Conjunto das Nações Unidas em Cabo Verde e o engajamento da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC) e da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).
Segundo a presidente da ARC, Arminda Barros, que falava durante a abertura do fórum nacional “Fact-checking no combate à desinformação e salvaguarda da democracia”, acto que serviu também para o lançamento oficial do referido centro, trata-se de um projecto de “grande importância” para o futuro da democracia e para a integridade da informação em Cabo Verde.
“Este lançamento formal do primeiro Centro de Verificação de Factos em Cabo Verde é uma clara assunção de que o País acredita na força da verdade, da liberdade de imprensa e no direito dos cidadãos a estarem bem informados, reafirmando, deste modo, o nosso compromisso com a democracia, a transparência e a integridade da vida pública”, considerou.
Para Arminda Barros, a integridade da informação exige o reforço da responsabilidade social do jornalismo e a promoção da literacia digital na população. Por isso, acrescentou, o centro terá como primeira missão verificar, esclarecer e informar, sem nunca pôr em causa a liberdade de expressão.
A mesma fonte salientou ainda que o centro será um compromisso colectivo para proteger a verdade, fortalecer o jornalismo independente e garantir que os cidadãos tenham acesso à informação “credível, rigorosa e transparente”.
O representante do Escritório Conjunto das Nações Unidas em Cabo Verde, David Matern, por seu lado, considerou que a desinformação é, a nível global, um perigo para a democracia, porque os conteúdos falsos minam a confiança nas instituições, fragilizam as sociedades e têm um impacto negativo nos processos de tomada de decisão dos países.
Por isso, saudou a iniciativa da ARC de criar o centro com o apoio de outras instituições, lembrando que o PNUD tem experiência neste sector e pode contribuir, pois já apoia, em vários países africanos, projetos semelhantes de verificação de informações.
“Vamos apoiar na criação de um centro que será uma instituição independente, capaz de receber perguntas e trabalhar na resposta a questões concretas. Estou certo de que isso ajudará a identificar casos de conteúdos falsos, a acalmar discussões acesas e a reforçar as instituições democráticas do país”, afirmou.
Para o pró-reitor da Uni-CV, João Almeida, a universidade não poderia deixar de se juntar a este projeto, tendo em conta que ministra cursos ligados à tecnologia, comunicação, ciências humanas e sociais, e ciências da saúde.
Por seu lado, o presidente da AJOC, Geremias Furtado, declarou que a associação sindical “abraçou o projeto desde a primeira hora”, por acreditar na importância da criação do centro.
CD/AA
Inforpress/Fim
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