Abuja, 24 Fev (Inforpress) – A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realiza hoje em Abuja uma cimeira extraordinária para debater a crise no seio da organização, marcada pelo anunciado abandono de três países membros e a crise política no Senegal.
A organização, que integra 15 Estados da África Ocidental, está mergulhada numa crise sem precedentes desde que o Mali, o Níger e o Burkina Faso anunciaram a sua retirada da organização regional, no final de Janeiro.
A região também foi abalada recentemente pela súbita decisão do Presidente do Senegal, Macky Sall, de adiar as eleições presidenciais no país, previstas para o próximo domingo, o que desencadeou protestos violentos no país.
Em 08 de Fevereiro, os chefes da diplomacia dos países membros da CEDEAO realizaram também em Abuja, capital da Nigéria, que exerce atualmente a presidência da organização, uma cimeira extraordinária.
Nesta cimeira, a CEDEAO declarou que o pedido do Burkina Faso, Mali e Níger, países liderados por juntas militares, para abandonarem a organização, não cumpre as condições estatutárias para ser aceite.
Os três países anunciaram em 28 de janeiro que desejam sair da CEDEAO com efeitos imediatos.
O artigo 91.º do Tratado da CEDEAO estipula que os países membros permanecem vinculados às suas obrigações durante o período de um ano após a notificação da sua retirada.
A África Ocidental foi palco nos últimos anos de golpes de estado, tentativas de golpe ou adiamento de eleições em seis países dos seus 15 Estados-membros.
Oito dos Estados-membros são antigas colónias francesas – Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Mali, Níger, Senegal e Togo -, cinco fizeram parte do império colonial britânico – Gâmbia, Gana, Libéria, Nigéria e Serra Leoa -, e os restantes dois – Cabo Verde e Guiné-Bissau -, são lusófonos.
Inforpress/Lusa/Fim
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