Abuja, 24 Jun (Inforpress) - Profissionais da comunicação social da Comunidade Económica dos Estado da África Ocidental (CEDEAO) reúnem-se em Abuja, Nigéria, hoje e quarta-feira, numa formação que visa melhorar a informação sobre a migração laboral nesta região.
Promovido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em parceria com a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ), o workshop de "Adaptação do media toolkit da OIT para a região da CEDEAO", pretende equipar os jornalistas, repórteres e profissionais da comunicação social com ferramentas, conhecimentos, e recursos necessários para informar com exatidão sobre migração laboral e um recrutamento justo no contexto da CEDEAO.
Na abertura do workshop, a representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Inviolata Chinyagarara, destacou o papel essencial dos média na formação da opinião pública sobre migração e exploração dos trabalhadores migrantes.
Segundo Chinyagarara, “o poder da média é muito profundo, sendo que “as suas palavras podem amplificar as vozes dos que permanecem invisíveis nos cantos do mercado laboral” e muitas práticas de recrutamento exploratórias, permanecem no escuro e não são documentadas.
"Estamos aqui não só como profissionais, mas como advogados, embaixadores da justiça social, do trabalho justo e para proteger os direitos dos trabalhadores", precisou.
Para esta responsável, existem práticas injustas de recrutamento que violam os direitos humanos, dignidade, protecção e oportunidade para um emprego decente, e ainda assim esses abusos persistem, de forma clandestina em áreas pouco acessíveis aos jornalistas.
Reconhecendo a capacidade da média de influenciar a opinião pública, anunciou que a OIT está fortalecendo redes de jornalistas na sub-região com o objectivo de melhorar a capacidade técnica e temática desses profissionais, incentivando-os a relatar histórias que responsabilizem sistemas, elevem a humanidade e contribuam para políticas transparentes e justas.
Chinyagarara também admitiu que cobrir temas como recrutamento exploratório é complexo e exige navegar em situações muitas vezes delicadas.
“Devemos renovar nosso compromisso com um jornalismo de impacto, que contribua para uma migração justa, segura e bem-governada, promovendo justiça social para todos”, sublinhou.
Na ocasião reafirmou o engajamento contínuo da OIT no sentido de garantir apoio técnico e estratégias de colaboração para transformar essa realidade.
A formação visa também aumentar os níveis de competências e o envolvimento dos profissionais na governação da migração laboral, gerar um jornalismo de alta qualidade e assegurar narrativas equilibradas que contribuam para um debate baseado em factos sobre a migração laboral.
Durante o evento será desenvolvido ainda um kit de ferramentas para sensibilizar mais amplamente todos os actores relevantes para a importância da comunicação e das narrativas em torno da migração laboral.
O acto de abertura contou também com a intervenção do presidente da Federação dos Jornalistas Africanos e de outros intervenientes.
AV/CP
Inforpress/Fim
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