Cidade da Praia, 11 Out (Inforpress) – A responsável do programa de educação do Escritório Conjunto do PNUD, UNICEF e UNFPA considerou hoje que Cabo Verde obteve “progressos importantes” no acesso à educação, mas sublinhou que existem ainda desafios a nível da qualidade das aprendizagens.
Ana Cristina Pires Ferreira falava à imprensa, momentos antes de presidir a abertura de uma “conversa sobre o futuro”, na Escola Secundária Manuel Lopes, na cidade da Praia, evento promovido pela Verdefam, em parceria com o Escritório Conjunto do PNUD, UNICEF e UNFPA e o Ministério da Educação, no âmbito do Dia Internacional das Meninas, que se assinala hoje.
Ana Cristina Pires Ferreira adiantou que a data constitui um momento de fazer a advocacia para os desafios que as meninas enfrentam ainda, nomeadamente o uso dos seus direitos de forma plena de ir à escola, de participação, acesso à solidariedade e outros.
Explicou que este é o terceiro ano que a data é celebrada em Cabo Verde, e este ano com particular ênfase na visão das meninas para o futuro, que vem na sequência do Fórum Global, realizado em Setembro, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas onde os jovens e líderes estiveram a discutir essa perspectiva de modo a ter um futuro melhor e atingir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável no prazo preconizado.
Considerou que Cabo Verde tem estado a lutar e fazer esforços como outros países nos mais diversos sectores, já alcançou progressos importantes em termos de acesso à educação, mas ainda há vários desafios em termos de qualidade das aprendizagens uma vez que o mundo inteiro está a viver uma grave crise de aprendizagem que foi agravada com a pandemia da covid-19.
“Há também as questões da inclusão, da protecção das crianças, e o desafio mais importante e que ainda precisa de ser trabalhado é a participação”, apontou.
Neste sentido, avançou que o Escritório Conjunto do PNUD, UNICEF e UNFPA, juntamente com os parceiros nacionais e internacionais, têm estado a promover iniciativas para dar voz às crianças, para que elas possam expressar e partilhar a sua visão e poder influenciar as políticas públicas em Cabo Verde.
Para Ana Cristina Pires Ferreira, a gravidez na adolescência constitui um outro desafio, sobretudo para as meninas, porque vai influenciar, muitas vezes, negativamente, o desenvolvimento integral, nível escolar, pessoal, mental e económico, apesar de existirem leis protetoras que permitem as meninas regressarem, mas continua a haver aquelas que não regressam e ficam desestabilizadas.
Paralelamente à “conversa sobre o futuro”, está prevista ainda a realização de uma feira sobre a saúde sexual e reprodutiva, saúde e bem-estar, educação, inclusão, sustentabilidade ambiental e acessibilidade à tecnologia, com o intuito de reforçar as informações e esperar que as atitudes e os comportamentos se modifiquem.
Na ocasião, reconheceu que é preciso também sensibilizar os rapazes de modo a serem aliados e parceiros nessas mudanças que se pretendem de modo a enfrentar esses desafios também que se colocam às meninas, nomeadamente a gravidez na adolescência.
Assinalado pelas Nações Unidas a 11 de Outubro, o Dia Internacional das Meninas, este ano sobre o tema “A visão das meninas para o futuro”, constitui um momento global para celebrar as meninas em todos os lugares, ampliar as suas vozes, acções e lideranças.
O tema desde ano reconhece a necessidade de acção urgente quanto a esperança persistente impulsionada pelo poder das vozes das meninas e pela visão para o futuro.
Segundo as Nações Unidas, a gravidez precoce, a violência baseada no género, incluindo praticas nocivas como o casamento infantil, a mutilação genital feminina, a pobreza e os conflitos prolongados constituem as principais causas que impedem que milhões de meninas alcancem um futuro prospero.
AV/CP
Inforpress/Fim
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