Cidade da Praia, 09 Set (Inforpress) - A Direção Nacional do Ambiente realizou hoje, na cidade da Praia, uma capacitação veterinária destinada a técnicos nacionais, visando preparar o país para responder a incidentes com tartarugas marinhas e aves, reforçando a conservação da biodiversidade.
A iniciativa enquadra-se no projecto RedCentros, aprovado pela primeira convocatória do Programa de Cooperação Transnacional Interreg MAC (Madeira, Açores e Canárias) 2021-2027, e visa criar rede internacional de centros de recuperação de fauna selvagem nos arquipélagos da Macaronésia.
Em declarações à imprensa, a técnica da Direção Nacional do Ambiente Paula Dias Monteiro afirmou que esta formação é essencial para reforçar a capacidade de resposta do país.
“O objectivo é dotar técnicos de ferramentas que lhes permitam actuar de forma mais eficaz na conservação e no equilíbrio dos ecossistemas”, sublinhou.
Segundo contou, o projecto é financiado num montante global de 2,8 milhões de euros para cada país africano participante, como Cabo Verde, Gana, Gâmbia, Senegal e Costa do Marfim, sendo que o arquipélago receberá cerca de 126 mil euros para a implementação das suas acções.
Em Cabo Verde está prevista a instalação de um centro de recuperação de fauna silvestre, ainda sem localização definida, mas considerado estratégico para reforçar o compromisso nacional com a conservação da diversidade biológica e a mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
“Este centro vai ser um marco estratégico e inovador, permitindo ao país alinhar-se às metas internacionais e responder com maior eficácia aos desafios ambientais”, afirmou a técnica, acrescentando que a escolha da ilha dependerá de estudos sobre factores como acessibilidade, logística e incidência de arrojamentos.
A formação actual marca apenas o início de um processo mais alargado.
Para além da capacitação, o projecto contempla acções de sensibilização comunitária, promoção da economia circular e integração de novos protocolos de conservação.
“Queremos garantir que a decisão seja equilibrada e que o centro responda plenamente às necessidades da biodiversidade nacional”, frisou Paula Dias Monteiro.
Durante a formação, os veterinários, biólogos e técnicos nacionais terão contacto com protocolos de resgate, reabilitação e reintegração de espécies marinhas, através de metodologias participativas, estudo de casos práticos e intercâmbio de experiências com especialistas internacionais.
KF/SR//AA
Inforpress/Fim
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