Cidade da Praia, 21 Out (Inforpress) - A Associação Cabo-verdiana de Luta Contra o Cancro considerou hoje que o tratamento de cancro feito em Cabo Verde é “seguro”, mas apelou às autoridades de saúde para “maior urgência” com a implementação da radioterapia.
“O tratamento do cancro em Cabo Verde é seguro e milhares de pessoas têm recebido tratamento ao longo dos anos com excelentes resultados. O tratamento de doença oncológica, ele tem um protocolo, portanto, é um protocolo que tem ‘guidelines’, pode ter algumas adaptações locais, mas é baseado na ‘guideline’”, disse o presidente da ACLCC, Benvindo Lopes, em declarações à imprensa.
O especialista em oncologia lembrou que o tratamento é incompleto quando o paciente necessita da radioterapia como complementaridade.
Benvindo Lopes afirmou ainda que mesmo aplicando o protocolo no tratamento, às vezes é preciso que o paciente necessite de complementar alguns estudos para se poder saber onde a doença está restrita.
“Aí é que necessitamos de meios de diagnóstico para provar se a doença está restrita àquele ou outro órgão, ou se pode expandir para outra parte do corpo. Para isso é preciso um tratamento complementar feito por evacuação, mas no tempo certo”, acrescentou, quando questionado sobre se o protocolo existente com Portugal está a responder a tempo e hora.
Quanto à necessidade de haver um protocolo com outros países já que Cabo Verde ainda necessita de mais meios para complementar o tratamento, Benvindo Lopes defendeu que a Associação pode influenciar, mas que quem é responsável pela decisão deve pensar na alternativa à solução existente no país.
Sublinhou, no entanto, que no arquipélago todo o processo que depende do país tem corrido na normalidade, alegando que o que tem prejudicado é a lentidão na resposta à evacuação devido ao problema interno de Portugal no sector da saúde.
Apesar disso, o médico lembrou que a maior parte do tratamento dos casos de oncologia são iniciados em Cabo Verde, alguns com resultados positivos.
Justificou a não implementação ainda da radioterapia com a regulamentação internacional que o país deve aderir, assim como aprovar leis.
Por sua vez, referindo-se sobre o impacto da vacina do HPV ministrada a adolescentes, meninas e rapazes, a partir dos 10 anos, o médico José da Rosa explicou que a introdução desta vacina, hoje no calendário da vacinação, vai ser, no futuro, de mais valia para o país contribuindo para a diminuição de várias espécies de cancro.
A ACLCC, conforme disse, tem prestado apoio aos doentes com doação de água para beber e psicólogos, mas para uma maior ajuda está à procura de parceiros para prestar ajuda alimentar.
Em Cabo Verde devido ao aumento de exames de rastreio e melhoria nos meios de diagnóstico, os casos de cancro têm aumento em 400 novos casos por ano no geral e 77 no cancro de mama, segundo dados publicados pelo Ministério da Saúde.
PC/ZS
Inforpress/Fim
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