Cidade da Praia, 01 Jul (Inforpress) – Cabo Verde e Angola manifestaram hoje a intenção de relançar a cooperação bilateral no domínio do mar, com especial enfoque na formação científica, investigação, capacitação de quadros e sustentabilidade dos ecossistemas oceânicos.
A vontade foi expressa hoje durante o encontro entre o novo embaixador de Angola em Cabo Verde, Agostinho Tavares da Silva, e o ministro do Mar, Jorge Santos, no quadro do reforço das relações de amizade e cooperação entre os dois países.
“Foi o meu primeiro encontro com um membro do Governo de Cabo Verde após a entrega das cartas credenciais, e foi um encontro muito positivo”, afirmou o diplomata angolano.
Avançou que durante a reunião foram abordadas questões ligadas à cooperação bilateral, nomeadamente no que respeita aos acordos e protocolos assinados no domínio das pescas.
“Falamos de cooperação científica e falamos de formação também, formação de quadros sendo que Cabo Verde tem uma larga experiência e acho que Angola e Cabo Verde poderão fazer muito mais no domínio do mar, no domínio das pescas”, disse.
Segundo afirmou o diplomata, ambos os países acordaram a necessidade de revisitar e actualizar os acordos existentes, e assegurou que isso poderá ser possível na nona comissão mista, prevista para o próximo ano, e se possível, antes das eleições legislativas em Cabo Verde.
Na ocasião, Agostinho Tavares da Silva destacou ainda a prioridade de estreitar os laços com a comunidade angolana residente em Cabo Verde.
“Será uma das minhas prioridades. Fazer um trabalho de aproximação da comunidade, queremos não só celebrar datas importantes como o 11 de Novembro, mas também trabalhar directamente com a comunidade, escutar as suas necessidades e prestar a assistência necessária”, apontou.
Por seu turno, o ministro do Mar, Jorge Santos, destacou que as perspetivas de cooperação “são boas”, sobretudo num ano simbólico em que Cabo Verde celebra os 50 anos da sua independência.
A prioridade, segundo o governante, é revitalizar os laços de cooperação na área do mar, começando pelo sector das pescas que é a actividade mais evidente, relançar a industrialização do sector, promovendo o investimento angolano em Cabo Verde e o investimento cabo-verdiano em Angola.
No campo da investigação, Jorge Santos referiu que Angola possui actualmente um dos navios oceanográficos mais sofisticados, instrumento que poderá ser integrado em redes de cooperação científica.
Adiantou que neste momento Cabo Verde, está a desenvolver um projecto para aquisição da sua própria embarcação de exploração oceanográfica, no âmbito de um programa já em curso.
Para Jorge Santos, a cooperação nesta área é essencial, principalmente no que diz respeito à sustentabilidade do ecossistema oceânico e ao conhecimento das águas profundas e do fundo do mar.
“Queremos reforçar a nossa atuação conjunta com Angola, nomeadamente através de programas partilhados de investigação e formação”, afirmou.
O ministro destacou ainda o papel da Escola do Mar (Emar) e da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), instituições que já acolhem estudantes angolanos, sublinhando a importância de construir redes de conhecimento e parcerias internacionais.
Para além da vertente científica e formativa, Jorge Santos realçou a dimensão cultural da relação entre os dois países, destacando a presença de uma comunidade cabo-verdiana bem integrada em Angola, maioritariamente ligada às actividades do mar.
AV/AA
Inforpress/Fim
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