Mindelo, 21 Out (Inforpress) – O ministro do Mar assegurou hoje, no Mindelo, que o sector da pesca nacional deverá registar um aumento significativo na captura em 2025, factor que poderá contribuir para a diminuição de derrogações com a União Europeia.
Jorge Santos fez a observação à imprensa após presidir à abertura da reunião da Comissão Mista das Pescas entre Cabo Verde e União Europeia (UE).
O governante relembrou que o Governo já está a financiar projectos maiores de navios semi-industriais e industriais.
“Já em 2025 vamos apresentar um aumento significativo em termos da captura. Quando maior for a captura, menor também será a necessidade das derrogações que normalmente temos que pedir à União Europeia”, sustentou, referindo-se às derrogações feitas para que produtos pesqueiros entrem na UE sem cumprir imediatamente as regras de origem.
Jorge Santos adiantou que houve uma evolução “muito positiva” em 2025 na pesca industrial, com vários armadores a modernizaram as suas embarcações, instalando sondas e sonares, que permitem novas capturas.
Por outro lado, existem também empresários a solicitar o abandeiramento de navios de pesca aqui em Cabo Verde.
Em termos de resultados concretos, o ministro destacou que uma empresa nacional, constituída há cerca de três meses, capturou cerca de 127 toneladas de atum no primeiro mês de actividade, e ainda há sociedades que estão a ser constituídas em Santo Antão e Santiago.
Em relação à Comissão Mista, Jorge Santos indicou que o balanço mostrou que os investimentos advindos do acordo priorizaram a formação profissional, a investigação e o stock e ainda o apoio às comunidades piscatórias.
Mas agora na reunião, que decorre no Mindelo até quarta-feira, 22, vai ser discutida a nova matriz de cooperação para 2025-2026, que terá foco no capital humano, nos pescadores e nas peixeiras, e ainda a questão da conversão da pesca artesanal em semi-industrial e da semi-industrial em industrial.
Da parte da UE, o chefe da delegação, Sacha Egard, manifestou a necessidade de “um esforço suplementar para informar a população” sobre o acordo de pesca.
“Isso é a nossa avaliação interna, temos de falar mais do nosso acordo de pesca, com o texto na mesa, com os dados também na mesa e ver de qual forma poderíamos melhorar ainda mais este acordo”, considerou Sacha Egard, congratulando-se com o facto das autoridades cabo-verdianas serem a favor do acordo.
Por outro lado, o representante lembrou que a UE está a apoiar o país de diversas formas, algo que, sublinhou, deve ser levado em conta.
O acordo em vigor permite que 56 navios da UE (de Espanha, França e Portugal) pesquem sete mil toneladas de atum e espécies afins em águas cabo-verdianas.
LN/CP
Inforpress/Fim
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