Sal Rei, 16 Out (Inforpress) – Os pais dos alunos que estão sem aulas desde o dia 09 de Outubro, devido a paralisação da actividade lectiva protagonizada por um grupo de professores de ensino básico e secundário, exigem resposta do Ministério da Educação.
Em declarações à Inforpress, alguns pais de alunos do ensino básico expressaram a sua tristeza e preocupação pelo facto de os filhos estarem sem aulas desde a semana passada, quando um grupo de professores transferidos para Boa Vista desde 2023 iniciaram uma paralisação de aulas por, alegadamente, os seus nomes não terem saído ainda no B.O. e estarem com salário em atraso.
Elisângela Vieira foi a primeira mãe a falar e avança que a educação é um direito de todas as crianças, universalmente consagrado, mas que na Boa Vista parece ser só "propaganda", situação que quer ver corrigida na prática, porque, disse, os seus filhos não podem ficar sem "escola".
A mesma fonte é de opinião que o Ministério da Educação deveria dialogar com os professores na tentativa de solucionar os seus problemas, através de consenso, para que as crianças não percam mais aulas, uma vez que são elas as prejudicadas.
Nasolino Gonçalves, outro pai, classificou a situação de "lamentável" e diz sentir-se triste por seu filho estar em casa sem assistir aulas, e tem sido ele, o progenitor, a passar os exercícios para a criança resolver em casa.
Mas o mesmo diz ser muito triste porque sabe que os professores estão a lutar por seus direitos, para que o Ministra Educação resolva os problemas. Mas eles, os pais, estão agora também a lutar pelos direitos dos seus filhos já que a "constituição do país diz que toda criança tem direito a educação".
Adiantou que os pais não podem ficar nessa situação, com aulas paradas há já uma semana, situação que, admitiu, está a prejudicar os alunos, pelo que pede ao Ministério que faça todo o possível para resolver essa situação dos professores e, consequentemente, dos alunos.
Indicou que até tentou falar com a Delegada de Educação da ilha mas a mesma não se encontrava.
Jorge Martins, também pai, disse que após “uma de levar e trazer o filho para escola”, sem ter aulas, quer uma resposta dos envolvidos, da Delegada ou do Ministério, para perceber o que está a passar e porquê não estão a ter aulas.
O mesmo diz que ouviu dos professores que é por causa de atrasos de salários e pelo facto dos seus nomes não saíram no B.O., mas essas são questões internas dos responsáveis, enquanto todos os dias, observou, os pais saem para trabalhar e os filhos ficam desgovernados.
Os pais presentes garantiram que são muito mais, que alguns não conseguiram estar por causa do trabalho, mas que todos querem saber o que o Ministério da Educação pode fazer para melhorar isso.
O grupo de mais de 20 professores transferidos de diversas ilhas do país para dar aulas na Boa Vista iniciou a paralisação das aulas na passada quarta feira, 09 de Outubro, e prometeram manter o boicote até o Ministério da Educação regularizar a situação.
MGL/JMV
Inforpress/fim
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