Mindelo, 15 Ago (Inforpress) – O presidente da câmara de São Vicente, entidade que realiza o Festival da Baía das Gatas, agradeceu hoje o povo de Cabo Verde por mais uma edição, mas negou qualquer tipo de maus tratos a animais.
No dia em que principia a edição que marca os 40 anos do certame, Augusto Neves convocou a imprensa para falar dessa efeméride, contudo a questão dos cães recolhidos nas ruas da cidade e na Baía das Gatas, e transferidos para o canil municipal, alegadamente em condições precárias, dominou a colectiva com a imprensa.
Mais, ainda hoje foram divulgadas informações pelo jornal online Mindelinsite segundo as quais a cantora Ivete Sangalo, que tomou conhecimento desse assunto através das redes sociais, teria solicitado um “encontro urgente” com a organização do festival.
Augusto Neves desmentiu que haja maus tratos aos cães e que aqueles que são capturados na via pública estão no canil municipal, que é “um lugar apropriado, com todas as condições” e à espera dos donos dos animais.
“É preciso passar a informação correta, porque muitas informações, inclusive imagens, que têm sido passadas, não são imagens verdadeiras”, vincou o autarca.
Confirmou que a produção do festival da Baía das Gatas conversou sobre este e outros temas com o staff da cantora brasileira Ivete Sangalo, mas lembrou que a câmara pauta pela legalidade, “em fazer as coisas bem-feitas”.
“Somos também amigos dos animais, somos também cuidadores dos animais, ninguém aqui é mais amigo dos animais do que ninguém, portanto, nós aquilo que fazemos é que as coisas sejam feitas, da forma correta e da melhor forma”, reforçou, lembrando que os cães que se encontram no canil podem também ser alvo de adopção, não aparecendo os donos.
Num outro momento da conferência de imprensa, os jornalistas solicitaram ao autarca que divulgasse o orçamento da edição que marca os 40 anos do festival, mas Augusto Neves remeteu para um momento posterior.
“Geralmente, não falo de números, eu falo de actos. Eu espero poder apresentar à população um excelente festival, os números, a comissão apresentará os resultados no momento próprio. Eu não posso estar aqui a avançar números que eu não sei, porque haverá conta no final”, declarou Augusto Neves.
“Desejamos a todos, desde já, um excelente festival e agradecemos pelo apoio e reconhecimento de todos ao logos desta trajectória”, finalizou o presidente da câmara de São Vicente, ladeado pelo produtor do evento, Nuno Sérgio.
A edição que marca os 40 anos do festival da Baía das Gatas principia às 21:00 de hoje com o espetáculo da cantora brasileira Ivete Sangalo. Logo a seguir deve actuar MC Acondize, que encerra o primeiro dia.
Na sexta-feira, 16, o palco volta a abrir às 21:00 com o projecto Divas do Mindelo, que inclui as vozes de Brethânia Almeida, Jennifer Soledade, Diva Barros e Ceuzany, seguidas de Vlu e Banda, um dos fundadores do festival, e ainda Marisia e Johnny Ramos, TAYC e T-REX.
Sábado, 17, cabe ao colectivo Lisbon Street, de artistas mindelenses que aos sábados actuam na Rua de Lisboa, inaugurar o dia, também às 21:00, com nomes como Nhone Lima, Constantino Cardoso, Edson Oliveira, Carmem Silva, Rui de Bitina e Gai Dias, entre outros.
Logo a seguir será a vez de Denis Graça, seguido de Dino d’Santiago, Ritchie Campbell e The 911 Band, cabendo a Djodje encerrar o dia de sábado.
No domingo, 18, o palco abre mais cedo, às 18:00, com o grupo The Kings e Dudu Araújo, seguidos do projecto Zouk Hit com nomes como Harry Dibola, Francky Vincent, Phil Control e Jamice, entre outros.
O quarto e último da 40.ª edição do Festival Internacional de Música da Baía das Gatas tem ainda no alinhamento nomes como reggae-man Romain Virgo, seguido de C4 Pedro e, a fechar o palco, Elji Beatzkilla.
O Festival de Música da Baía das Gatas, que este ano, pela primeira vez, vai estender-se por quatro dias, teve a primeira edição no dia 18 de Agosto de 1984.
É realizado anualmente na praia da Baía das Gatas, a oito quilómetros da cidade do Mindelo, e não se realizou ali apenas em 1995, devido a uma epidemia de cólera que assolou Cabo Verde, e nos anos 2020 e 2021, por causa da pandemia da covid-19, em que se concretizou o evento no formato online.
Anualmente, a Câmara Municipal de São Vicente, que organiza o certame, reserva uma verba no orçamento municipal para fazer face às despesas com a logística, viagens e cachê de artistas de Cabo Verde e do estrangeiro, mas “o grosso do montante” para suportar o evento, de acordo com a autarquia, provém de patrocínios de empresas e outras instituições.
AA/CP
Inforpress/Fim
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