Cidade da Praia, 02 Jul (Inforpress) – O ministro do Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, classificou hoje a violência sexual contra crianças como “a maior vergonha nacional” e apelou ao compromisso colectivo para a sua erradicação.
Fernando Elísio fez este apelo ao presidir, na cidade da Praia, à abertura do Atelier Formativo sobre Prevenção e Combate à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes no Contexto Comunitário, promovido pelo Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), em parceria com o UNICEF.
O governante sublinhou que este crime acontece muitas vezes no seio familiar, perante o silêncio ou a cumplicidade da sociedade.
Neste sentido, Fernando Elísio Freire apelou a uma mobilização firme e contínua de todas as instituições e cidadãos, realçando que a legislação, por si só, “não chega” se não houver uma cultura efectiva de prevenção, denúncia e responsabilização.
“Quantas vezes sabemos e não fazemos nada? Quantas vezes somos cúmplices? Só estaremos em paz com a nossa consciência quando tivermos zero casos”, advertiu, referindo que, nesta matéria, “estatísticas valem zero”, pois cada caso representa “uma vergonha” e deixa marcas profundas nas vítimas.
Fernando Elísio apelou ainda à responsabilidade partilhada entre escolas, igrejas, famílias, comunidades e cada cidadão, enfatizando que a tolerância zero deve ser mais do que uma declaração.
Considerou igualmente que iniciativas como esta formação são essenciais para fortalecer redes comunitárias, criar consciência colectiva e garantir que cada criança se sinta protegida e tenha confiança nas instituições.
“(…) Enquanto houver uma criança com o seu futuro ameaçado, nenhum de nós deve ficar tranquilo", realçou.
Por seu turno, a presidente do ICCA, Zaida Freitas, enalteceu o compromisso do Governo na defesa dos direitos das crianças e explicou que esta formação, integrada na campanha “Nós Féria Protegida”, visa reforçar capacidades comunitárias, sobretudo durante o período de férias escolares, quando muitas crianças ficam mais expostas a riscos.
Já a representante da Unicef em Cabo Verde, Ana Chyzhkova, reafirmou o apoio da agência das Nações Unidas às autoridades nacionais e considerou “essencial” o papel das associações comunitárias na promoção da cultura da denúncia e na prevenção da violência sexual.
Lembrou que esta é uma das mais graves violações dos direitos humanos e que atinge, globalmente, uma em cada duas crianças.
O atelier formativo de prevenção decorre de 01 a 04 de Julho, reunindo representantes institucionais, técnicos, líderes comunitários e dirigentes associativos, no âmbito do Plano de Acção Nacional de Prevenção e Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes 2025.
KA/SR//ZS
Inforpress/Fim
Partilhar