Mindelo, 26 Mar (Inforpress) - Os eleitos municipais de São Vicente, reunidos hoje na 7ª sessão ordinária, ocuparam a parte da manhã com intervenções dos grupos políticos, ou seja, as habituais críticas da oposição e defesa pelos eleitos que suportam a câmara.
Foi o momento, no período antes da ordem do dia da Assembleia Municipal (AM), em que os eleitos revelaram, através de declarações políticas, as visões distintas sobre o momento de desenvolvimento económico e social da ilha.
Por exemplo, o MpD, que suporta a câmara, através do seu líder, Flávio Lima, considerou que volvidos três anos e meio de mandato e num ambiente político “adverso” subsistem ainda diversos desafios, já que se trabalhou num contexto “difícil e de elevada complexidade”.
“Resistimos, sobrevivemos e de olhos firmados no futuro porque somos herdeiros de homens e mulheres que nunca vergaram perante as dificuldades da vida”, precisou a mesma fonte na declaração política, lembrando que sendo um poder próximo das pessoas, exige-se da autarquia respostas imediatas e actuação assertiva perante diversas situações do dia-a-dia dos munícipes, entre outras.
A UCID (oposição), por seu lado, através do seu líder na AM, Jorge Fonseca, referiu que já é hora de o município ser dotado de instrumentos como o Plano de Desenvolvimento Urbano e os outros subsequentes, para que as decisões “não sejam arbitrárias e sujeitas a influências” que as opõem aos interesses patrimoniais e urbanísticos da Ilha.
Porque a “boa gestão” do município não se restringe aos aspectos financeiros, a mesma fonte deu conta de “aberrações arquitectónicas” que proliferem, pelo que, indicou, a cidade do Mindelo não pode continuar a ser descaracterizada pela “incúria” e pela “ganância” daqueles que “só se interessam pelo dinheiro”.
“É preciso parar com esta descaracterização na nossa urbe, e aproveitamos para aqui, da Assembleia Municipal, fazer um forte apelo ao Governo para que nos ajude a travar esta violência contra esta cidade”, sintetizou a mesma fonte.
O líder do PAICV (oposição) na AM, Jean Emmanuel da Cruz, por seu lado, pôs tónica no modelo de gestão actual da autarquia, que, para ele, está esgotado, já que a dinâmica de crescimento não corresponde às expectativas, e trouxe como exemplo “a inércia” das obras iniciadas pela Câmara Municipal de São Vicente “há muito tempo”.
O político mencionou o Polivalente da Zona Norte, uma obra que “há muitos anos” está para ser concluída, do Mercado de Peixe, das obras no edifício da ex-Conservatória dos Registos, entre outras obras, que estão com “um déficit de acabamento”, daí acreditar que o actual modelo de gestão da ilha “já não serve”.
“É preciso uma mudança de chip, objectivos e de políticas que permitam efectivamente alavancar a nossa ilha”, finalizou.
Da parte da câmara, o presidente Augusto Neves disse que a autarquia tem feito o seu melhor, apesar das “críticas infundadas” e de estar há dois anos sem os instrumentos de gestão, plano de actividade e orçamento.
“Continuaremos nesse esforço enorme, pese estarmos há dois anos, com dois orçamentos chumbados, mas a câmara está funcionando e a população sabe que a AM chumbou o orçamento para que a câmara não funcionasse”, lançou Neves, que lembrou que a câmara tem funcionado apenas com o dinheiro dos impostos, que entra na tesouraria todos os dias.
Para o período da tarde, prevê-se a apreciação das actividades municipais entre as sessões e do relatório de actividade da câmara no ano de 2023.
Da ordem do dia consta ainda uma proposta de deliberação para instituir o dia 14 de Abril, Dia da Cidade do Mindelo, como feriado municipal.
AA/CP
Inforpress/Fim
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