Cidade da Praia, 18 Mar (Inforpress) – A presidente da Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV), Eloisa Cardoso, observou hoje que a questão do assédio sexual por ser difícil de provar e de identificar tem sido pouco falado.
Esta constatação foi feita na abertura da Conferência Nacional sobre os Direitos das Mulheres e o Combate ao Assédio Sexual, promovida pela OMCV, no âmbito do projecto empoderamento de mulheres e meninas em Cabo Verde, financiado pela Embaixada dos EUA em Cabo Verde.
Na ocasião, a responsável lamentou o facto de o assédio sexual ser pouco falado "por ser difícil de provar e de identificar", o que tem dificultado, segundo afirmou, o acesso a informações reias das mulheres assediadas.
“As dificuldades prendem-se com a naturalização de muitos actos que são na verdade assédio sexual, e por outro lado pelas consequências que possam advir de uma denúncia. No entanto, não podemos negar que o assédio deixa marcas profundas nas suas vítimas, mexendo com a autoestima, com a capacidade de concentração e pode levar a depressão”, alertou.
É neste sentido que, explicou, se justifica a realização desta conferência, com painéis “ricos” para se discutir a problemática, aprofundar conceitos e conhecer várias experiências e respostas institucionais relacionadas a este tema.
Por seu lado, o embaixador dos EUA, Jeff Daigle, ressaltou o momento oportuno desta conferência para prestar homenagem às mulheres que considera elemento essencial para o desenvolvimento inclusivo e sustentável de qualquer sociedade, e para se reflectir sobre formas de promover a igualdade de género.
“A nossa parceria com a OMCV e o financiamento da Embaixada dos Estados Unidos de 150 mil dólares para o projecto "Empoderamento de Mulheres e Meninas em Cabo Verde" pretende precisamente eliminar as desigualdades de género promovendo a autonomia das mulheres”, sublinhou.
Segundo avançou, este projecto já realizou estudos para compreender os desafios que limitam oportunidades para mulheres e meninas e para promover a compreensão dos seus direitos.
"Permitiu ainda apoiar directamente pequenos negócios geridos por mulheres promovendo a sua participação no sector privado. A conferência de hoje é mais um importante momento do projecto, pois será um espaço para conhecer melhor o assédio e as suas consequências", disse.
Na sua óptica, o combate a este problema é essencial para garantir o direito das mulheres e para promover a igualdade de género e de acesso à oportunidade.
Pretende-se de entre os principais objectivos desta conferência debater a problemática dos direitos das mulheres e o combate ao assédio sexual de forma alargada e aprofundada com todos os actores que actuam no combate à VBG e no campo da promoção da igualdade de género.
O evento contou ainda com a presença da ministra da Justiça, Joana Rosa, que presidiu ao acto de abertura.
ET/ZS
Inforpress/Fim
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